Faltando
poucos dias para os jogos da Copa somente uma obra aqui em Cuiabá está
semiconcluída – o campo de futebol. O seu entorno e a área para estacionamento
de veículos ainda estão inconclusas. Creio que não ficarão prontas para o
megaevento. Nem teve inauguração oficial.
Os
dois centros para treinamento, as obras do aeroporto e da mobilidade urbana,
projetam a imagem de uma cidade destruída, e, eis que deságua sobre nós a
Operação Ararath.
O
entusiasmo (pouco) das autoridades, contrastando com a frustração da grande
maioria da população, cedeu lugar ao medo de enfrentar o público.
A
possibilidade do “camburão oficial” sofrer represália com vaias substituindo
aplausos programados é altíssima.
Será
uma temeridade neste momento a exposição de nossos governantes perante quarenta
mil pessoas pagando caríssimos ingressos, em que populares se regozijam em
frente à Delegacia da Policia Federal soltando até rojões de contentamento pela
atuação dos policiais.
Não
foi por acaso que o Governo Federal está investindo extraordinariamente dois
bilhões de reais só para fortalecer a segurança durante a Copa do Mundo, não
esquecendo que todo o efetivo das polícias e da Força Nacional está trabalhando
nas cidades-sede.
Ararath
conseguiu obstruir a curiosidade daqueles que irão nos visitar para conhecer o
Pantanal, Chapada dos Guimarães, Nobres, Manso, o Vale do Rio Cuiabá, o nosso
Centro Histórico e nossas valiosas tradições.
Querem
saber os turistas estrangeiros como um Estado pobre e com sérios problemas
administrativos, consegue investir tantos recursos em um torneio de futebol
particular promovido por uma das maiores multinacionais.
A
opção por este tipo de investimento foi das nossas autoridades, e as
consequências dessa aventura serão debitadas nos próximos trinta anos de nossas
contas.
Por
muito tempo nos lembraremos dessa Copa, diante da impossibilidade de
investimentos para o nosso desenvolvimento.
Estamos
destinados a ser sempre o Estado do futuro e das nossas riquezas naturais
dizimadas.
Este
é o quadro fúnebre das vésperas desta Copa sem brilho na ex-Cidade Verde.
Gabriel
Novis Neves
21-05-2014
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