sexta-feira, 20 de junho de 2014

FIASCO

O Governo do Estado de Mato Grosso gastou milhões de reais em publicidade para convencer a população que a solução para os nossos históricos problemas no setor da saúde pública desapareceriam com a contratação das Organizações Sociais da Saúde (OSS).
Maquiou uma empresa fraquinha de Pernambuco, com passado não muito recomendado, e entregou dois de seus raros Hospitais Regionais, de Várzea Grande e de Colíder, além da Farmácia de Alto Custo, para que fossem por ela gerenciados.
Quem trabalha em saúde teve a oportunidade, em inúmeras Audiências Públicas promovidas pelo Poder Legislativo, de manifestar a sua total desaprovação por essa aventura. O resultado, na visão dos trabalhadores da saúde, seria desastroso para o nosso combalido sistema carente de investimentos, e não, de gestão.
Seria a desmoralização do próprio SUS, que funcionava tão bem que nosso ex-presidente aconselhou o seu colega Obama para implantá-lo nos Estados Unidos da América do Norte.
Os departamentos ligados à saúde da nossa Universidade Federal, convidados a opinar sobre a proposta, votaram unanimemente pela recusa.
Entretanto, foi exatamente pelo voto de Minerva da ex-Universidade da Selva que a proposta autoritária de chapa branca foi a vencedora no Conselho Estadual de Saúde.
Interpelado pelos docentes e alunos inconformados com a falta de transparência da antiga casa de ensino, a justificativa foi que esta instituição federal agora pertencia à base de sustentação do Governo e votou politicamente, mandando às favas os pareceres técnicos.
Até alguns lúcidos e independentes jornalistas, ao que parece , foram iludidos pela propaganda oficial.
Como o tempo é o senhor da razão, no silêncio dos covardes o Governo do Estado rescindiu, com o aconselhamento do Ministério Público, os contratos feitos com o tal instituto pernambucano, após os incalculáveis prejuízos morais e materiais produzidos à nossa população pobre.
Este é o grande legado que o Governo da Copa irá nos deixar na área da saúde, além de uns cem números de promessas que nem saíram do papel, ficando esquecidas nos programas eleitorais do Governo.
Começamos a colheita dos desmandos administrativos logo pela área da saúde, a mais carente de todas na área social.

Gabriel Novis Neves
13-05-2014

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