O
Governo do Estado de Mato Grosso gastou milhões de reais em publicidade para
convencer a população que a solução para os nossos históricos problemas no
setor da saúde pública desapareceriam com a contratação das Organizações
Sociais da Saúde (OSS).
Maquiou
uma empresa fraquinha de Pernambuco, com passado não muito recomendado, e
entregou dois de seus raros Hospitais Regionais, de Várzea Grande e de Colíder,
além da Farmácia de Alto Custo, para que fossem por ela gerenciados.
Quem
trabalha em saúde teve a oportunidade, em inúmeras Audiências Públicas
promovidas pelo Poder Legislativo, de manifestar a sua total desaprovação por
essa aventura. O resultado, na visão dos trabalhadores da saúde, seria
desastroso para o nosso combalido sistema carente de investimentos, e não, de
gestão.
Seria
a desmoralização do próprio SUS, que funcionava tão bem que nosso ex-presidente
aconselhou o seu colega Obama para implantá-lo nos Estados Unidos da América do
Norte.
Os
departamentos ligados à saúde da nossa Universidade Federal, convidados a
opinar sobre a proposta, votaram unanimemente pela recusa.
Entretanto,
foi exatamente pelo voto de Minerva da ex-Universidade da Selva que a proposta
autoritária de chapa branca foi a vencedora no Conselho Estadual de Saúde.
Interpelado
pelos docentes e alunos inconformados com a falta de transparência da antiga
casa de ensino, a justificativa foi que esta instituição federal agora
pertencia à base de sustentação do Governo e votou politicamente, mandando às
favas os pareceres técnicos.
Até
alguns lúcidos e independentes jornalistas, ao que parece , foram iludidos pela
propaganda oficial.
Como
o tempo é o senhor da razão, no silêncio dos covardes o Governo do Estado
rescindiu, com o aconselhamento do Ministério Público, os contratos feitos com
o tal instituto pernambucano, após os incalculáveis prejuízos morais e
materiais produzidos à nossa população pobre.
Este
é o grande legado que o Governo da Copa irá nos deixar na área da saúde, além
de uns cem números de promessas que nem saíram do papel, ficando esquecidas nos
programas eleitorais do Governo.
Começamos
a colheita dos desmandos administrativos logo pela área da saúde, a mais
carente de todas na área social.
Gabriel
Novis Neves
13-05-2014
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