sexta-feira, 20 de junho de 2014

TEMPO PERDIDO

Há meses que os nossos políticos não fazem outra coisa a não ser montar o tabuleiro do xadrez visando a conquista do poder.
Tudo é válido nessa arrumação. Só não vale botar mãe no meio, recomenda o velho Oráculo do Porto.
Interessante que, tanto governistas como oposicionistas, reservam sempre um lugar de destaque aos militantes proeminentes do Partido da Soja.
Estão infiltrados em todas as legendas partidárias. Impossível ficarem de fora de uma composição majoritária e, de preferência, que não precisem disputar votos como vices ou suplentes.
As chapas que serão oferecidas aos eleitores parecem sopa de legumes – tem de tudo um pouco, não podendo faltar o representante dos fazendeiros.
Afinal, são eles os principais financiadores das campanhas políticas, e seus currículos são encontrados na Revista Forbes.
Ideologias ou propostas para melhorar as condições de vida da nossa gente e do nosso país ficam para depois, e não são sequer discutidas nessas intermináveis reuniões de acordos e acertos pré-eleitorais.
O filho desse matrimônio é um ser difícil de ser identificado quanto a sua paternidade pela complexidade genética que apresenta.
Observo pelos jornais os personagens das enormes mesas de reunião.
Haja terapia e antidepressivo para suportar aquele ambiente de falsidade e hipocrisia, cujo prato principal é  feito pelos interesses pessoais.
Antes do cafezinho um prato de sapos é servido. Nesses momentos é importante engolir sapos para facilitar a digestão.
O poder precisa ser mais estudado pelos especialistas em problemas sociais para que explicações sejam dadas, tendo em vista o encantamento desmedido que causa a tanta gente.
Carentes de notoriedade constituem maioria nessas reuniões.
Enquanto isso, o tempo vai passando e sentimos o grande desperdício e mau exemplo que os homens públicos dão ao trabalhador que, para exercer a sua função, enfrenta greves de transportes públicos, manifestações de rua  e confrontos com a polícia, além da ausência absoluta dos principais equipamentos sociais a que faz jus.
Estamos nos tornando também campeões em tempo perdido com remunerações de marajás.
Tempo perdido é a perda mais lamentável para o futuro de um país que deseja ser desenvolvido e competitivo.
Essa é a nossa realidade.

Gabriel Novis Neves
16-05-2014

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