Quando
o Baixinho encerrou a sua carreira de futebol, após marcar mil gols, e anunciou
a sua decisão de seguir a carreira política como deputado federal, eu
interpretei esta vontade como mais uma do Romário.
Cheguei
a comentar com amigos que seria mais um deputado de mandato único.
Errei
completamente, para o bem do povo brasileiro. Em um ano de mandato ele mostrou
que não seria mais um, e sim, um parlamentar comprometido com as causas
populares.
“Não
topa a companhia da maioria dos seus colegas” e, no momento, vive a glória do
efeito Ricardo Teixeira, então presidente “imexível” do comando do futebol
brasileiro.
Romário
está onde todo político gostaria de frequentar: as páginas amarelas da revista
“Veja”.
Fala
com uma sinceridade não habitual entre os seus colegas profissionais. Aprendeu
nos campos de futebol a ser contestador - tão diferente da submissão dos
aprendizes dos subterrâneos do poder!
Transcrevo
a seguir trechos de sua declaração à revista “Veja”:
“Evito
frequentar os mesmos lugares que os políticos em Brasília. Na verdade fujo
deles. Não é por nada, não, mas com exceção de um ou outro, prefiro esbarrar
com essa turma só mesmo nos corredores do Congresso.”
“De
mais de quinhentos deputados, uns quatrocentos, não querem saber de nada. Nada
mesmo. Dão as caras, colocam a digital para marcar presença e se mandam. Vejo
isso o tempo todo.”
“Virou
cena tão comum que ninguém demonstra um pingo de constrangimento em fazer o
teatro. Muita gente ocupa cargo de líder, é tratado como autoridade, está no
quarto ou quinto mandato e nunca propôs nem uma emendazinha. Como pode?”
O
Baixinho continua um grande artilheiro no Congresso Nacional, que precisava
mesmo de um craque audacioso para dizer aquilo que o Tiririca prometeu contar
e, até agora, não teve coragem, talvez pelos escândalos do seu “P(N)R”.
Diz
ainda o Baixinho: “Todo mundo acha que no alto clero está a nata da nata. Pois
o que mais tem no andar de cima é gente no ócio, quando não está metido em
pilantragem.”
Romário
teve a coragem de fazer uma verdadeira autópsia do Congresso Nacional, fato
inédito para um político profissional que só sabe praticar o toma lá dá cá.
Fico
pensando no ambiente de hostilidade que o deputado do Rio enfrenta no seu
ambiente de trabalho.
Sobre
a Copa do Mundo, o campeão mundial não tem ilusões. Prevê a maior corrupção nas
obras dos puxadinhos e atalhos.
Romário
conclui que a presidente da República está sendo vítima dos chantagistas do
Congresso, que só pensam em seus negócios – e que não são de interesses
nacionais.
Acho
que o Congresso ficou nu com essa entrevista do famoso deputado federal.
Gabriel
Novis Neves
21-03-2012
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