Os
ditados populares são uma fonte inesgotável de saberes de fácil assimilação e
que nos levam às mais profundas reflexões.
Temos
tantas matérias inúteis no currículo escolar do ensino fundamental, que eu não
teria nenhum constrangimento acadêmico de incluir, como disciplina obrigatória,
ditados populares e suas interpretações.
A
dificuldade, como sempre, seria encontrar professores de formação universitária
com competência para ministrar a disciplina.
Os
países com melhores índices educacionais valorizam o saber. Ainda estamos no
estágio de dar importância ao currículo.
Um
bom currículo acadêmico não é, nunca foi e nunca será, pré-requisito do saber.
O
grande educador e filósofo Paulo Freire não tinha currículo para lecionar
educação em universidades brasileiras, que exige o título de doutor.
Mas
foi este professor sem titulação, o grande orientador dos mestres e doutores do
Brasil, além de professor de renomadas universidades estrangeiras.
Antigamente,
ditados populares ouvíamos diariamente na escola primeira da nossa vida, que é
a nossa casa – a verdadeira educação.
Quando
entrávamos na rede pública aprendíamos instrução, que complementava aquela
educação, jamais a substituía.
A
metodologia utilizada pelos meus pais - que só tinham formação primária -
diante de um acontecimento que não conseguíamos compreender era o emprego
adequado dos provérbios populares.
Esquecemos
a maioria dos fatos que aconteceram conosco durante a nossa vida. Retemos
aqueles considerados como “pontos luminosos”.
Aprendemos
na nossa instrução básica aquelas matérias tradicionais, que pouco ou nada
acrescentam para a nossa vida.
Em
compensação, não esquecemos nenhum dos ditados populares, que sempre nos são
úteis para interpretarmos situações e evitarmos equívocos.
Os
provérbios nunca me foram tão necessários como agora, com essas chantagens
políticas em Brasília.
Determinado
político, cuja especialidade era jogar pimenta nos olhos dos outros, anda se
queixando que está sofrendo uma campanha difamatória injusta da grande imprensa
do Rio e São Paulo, com ressonância por todo o país, inclusive aqui onde ela é
até muito comportada.
Caso
típico do “pimenta nos olhos dos outros é refresco”, não é doutor?
“Não faças
aos outros o que não queres que te façam a ti”.
No
momento em que respingou um tantinho de pimenta, no distribuidor generoso de
pimentas oculares, ele chiou.
Agora
só resta chiar baixinho, pois o “bom cabrito não berra”.
Certas
espécies de pimenta deixam marcas, que infelizmente foi a que queimou os olhos
do nosso doutor.
Gabriel
Novis Neves
25-03-2012
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