É
assim que interpreto esse novo escabroso escândalo no Senado da República.
Vamos aguardar os acontecimentos para não condenar inocentes.
No
mínimo, é muito esquisita essa intimidade explícita entre um representante do
poder judiciário federal, investido em um alto cargo político, com o maior
contraventor do centro-oeste do Brasil, hoje descansando em um presídio.
A
presidente desta nação republicana declarou recentemente no exterior, que se
absteve de comentar atrocidades cometidas contra a população do país ditatorial
visitado, dizendo que assim procedia, porque todos nós (governo) temos telhado
de vidro.
Ela
conhece as coisas e, até certo ponto, tem toda a razão.
A
degeneração do tecido social e a decadência dos nossos valores morais e éticos
estão nos transformando em uma nação marginalizada do bem, em grupamentos de
personagens motivados por ganâncias materiais.
Não
dá mais para acreditar em ninguém. Conseguimos a proeza de nivelarmos a nação
por baixo, em um governo de telhado de vidro.
Esse
é o sentimento do povo nas ruas: descrente de tudo, onde se sente abandonado e
traído. Não é pessimismo induzido, ou coisa de torcedor do quanto pior melhor.
É a mais cruel das realidades.
Será
possível combater o crime organizado que tomou conta deste país e do nosso
Estado, sem a credibilidade das nossas autoridades de A a Z?
Há
exceções que não nos salvam da catástrofe da incredibilidade.
Como
combater as drogas, se a maioria dos nossos representantes, como antigamente
citava o metalúrgico, e agora o deputado campeão do mundo, são picaretas?
Como
impedir um aluno a comprar uma prova de vestibular, quando todos sabem que a
política é um grande balcão de negócios, onde tudo tem preço, sempre remarcado?
Alguns
acreditam que estamos no início de uma nova fase, purificada de maldades.
Não
condeno ninguém, até por que o sensacionalismo faz parte da tragédia nacional
da falta dos bons costumes.
Notícia
dessa relação promiscua recebe o nosso repúdio, se verdadeira for.
Como
orientar as nossas crianças, adolescentes e universitários?
Eles
estão vendo que a associação com o crime organizado é o caminho mais curto para
a fama ou para a morte.
Muitos
preferem correr o risco, e nós, da periferia do poder, ficamos apáticos,
imobilizados, sabendo que essa é a regra do poder republicano.
Gabriel
Novis Neves
26-03-2012
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