Fico
imaginando como será o discurso dos candidatos nas próximas eleições.
Em
eleições passadas eles prometeram – e não cumpriram - todo empenho na
construção de hospitais, melhoria da qualidade de ensino, segurança pública,
prioridade no trato de crianças e idosos, obras definitivas de infraestrutura,
áreas de lazer e, aos funcionários públicos, condições de trabalho e salários
dignos conquistados por concurso público.
Tudo
isso respeitando a ética e a moral republicana em sistemas de transparência.
Isso é passado e obsoleto. Os tempos atuais são das consultorias privadas e das
organizações sociais.
Todo
graúdo que ocupou cargo público importante, após o seu mandato monta um
conceituado escritório de consultoria para tratar de interesses particulares
junto aos órgãos públicos, ou criam uma organização social, as famosas e mal
faladas ONGs.
Sendo
assim, como será o discurso político nas próximas eleições? Parece que estou
vendo no horário político obrigatório e “gratuito”, os candidatos, qual
vendedor comercial, pedirem o nosso voto, pois irão trabalhar com os
escritórios de consultoria e OS.
Todos
sabem que os escritórios de consultoria trabalham com contratos semelhantes aos
de técnicos de futebol. Uma parte fixa e um bom percentual por ação ganha,
geralmente do setor público ou afins.
O
último ganho de um escritório particular, divulgado pela imprensa, falou em
dois milhões de reais recebidos - só de um cliente que tinha uma pendenga no
governo.
Na
verdade, nas próximas eleições vamos eleger os melhores escritórios de
consultoria e as organizações sociais de melhor currículo.
Na
prática, isso já está sendo implantado no nosso Estado com o silêncio dos
nossos políticos e da sociedade.
Ao
chegar ao trabalho, na porta do hospital estava uma ambulância, que veio de
fora, substituir um plano de saúde do Estado - o finado MTSaúde.
Na
ambulância estava escrito o nome da firma que ganhou a licitação - Hospital
Samaritano, que tem como um dos donos o nosso capitão do penta: Cafu.
Todos
os serviços serão terceirizados por grupos que visam, acima de tudo, o lucro.
A
experiência iniciada pela saúde não indica um bom prognóstico, mas é
recomendável observar esse paciente por mais algum tempo.
Hospitais
de urgência e emergência terão os seus atendimentos triados.
Hospitais
de atendimento eletivo funcionarão de portas fechadas.
Como
ficará o atendimento da população de menor poder aquisitivo?
Na
saúde pública o desastre será total, tanto que os nossos superespertos gestores
de saúde estão entregando e brigando para que as OSS fiquem administrando esse
setor importante para a vida da população.
Vamos
pensar nas outras terceirizações, como a justiça. Há proposta no Congresso
Nacional para que a conciliação entre as partes seja feita por uma firma de
acordos judiciais.
E
a educação, com as suas escolas improvisadas e, às vezes, com sanitário dentro
da sala de aula e falta de janelas em algumas?
A
segurança pública atual tem um efetivo tão baixo, que os profissionais
destacados para nos defender foram os da segurança privada, uma das empresas
que mais cresceu em Mato Grosso.
Em
Cuiabá, todos os dias dinamitam um caixa eletrônico, assassinatos e estupros
são cometidos tão amiúde, que não dá mais para contar.
Repassando
essas atribuições a terceiros, qual a necessidade de se eleger prefeitos e
vereadores?
Somos
ou não uma nação republicana?
Reis,
Rainhas e a Corte do Rei, são apetrechos da monarquia.
Acho
que Mato Grosso optou pelas festas e charmes da monarquia, implantando assim o
sistema de governo que afasta o povo da “Família Real.”
Gabriel
Novis Neves
07-04-2012
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