A
dor é um sintoma a alguma agressão ao nosso organismo. Existem vários tipos
desse desconforto. Desde aquelas mais simples, que sucumbem com umas gotinhas
de analgésico, até aquelas que justificam uma internação hospitalar.
Não
sei como definir a dor dos torcedores do mais querido do Brasil no futebol
quando da eliminação do seu time da Taça Libertadores das Américas.
Mesmo
vencendo os argentinos, por placar dilatado no campo do Botafogo, foi eliminado
pelos equatorianos que venceram em Assunção o time paraguaio - que meses antes,
no mesmo campo, perdia de 3 X 0 para o Flamengo, e nos últimos dez minutos de
jogo conseguiu o empate.
Nesse
dia o Flamengo foi eliminado do campeonato e não sabia.
Todos
os torcedores do Botafogo sabem que certas coisas só acontecem com o time da
Estrela Solitária.
A
partir de ontem os flamenguistas, não recuperados da imensa dor, dizem que há
coisas que só acontecem aos clubes jogando no campo do clube do Garrincha.
Dizem,
erradamente, que segundos e moedinhas de pouco valor, não servem para nada.
Nada mudará na vida de quem perdeu cinco centavos, muito menos na falta de
alguns segundinhos para o final de uma tarefa.
Nunca
encontrei alguém na rua procurando por uma moedinha que não é aceita nem mais
como esmola, mas já presenciei muitas tragédias que aconteceram na prorrogação
de um evento.
Foi
o caso do time e dos torcedores do rubro-negro no fatídico jogo do campo do
Botafogo, seu arquiadversário esportivo.
Essa
dor, que só os rubro-negros sentem, faz o encanto do futebol, cujos deuses são
useiros neste tipo de brincadeira que produz sofrimento, e incomensurável
alegria aos seus adversários.
Aquele
velho conceito sobre liberdade, pode muito bem ser adaptado para o futebol
diante desses desastres.
“Só
valoriza a liberdade aquele que conheceu o cárcere, ou só valoriza a vitória o
grande derrotado.”
No
próximo joguinho do Flamengo pela Taça Rio, mesmo tendo como adversário um
fraco time da baixada fluminense, uma vitória do mais querido, de pênalti
duvidoso e já nos acréscimos, funcionará como um banho de pétalas de rosas nas
imensas cicatrizes deixadas pela eliminação do clube dos milionários
pagodeiros.
Continuarão
com o sonho de derrotar em dezembro (não sei de que ano) o time do Messi,
e assim serem transformados em heróis nacionais - com direito ao desfile em
carros do Corpo dos Bombeiros no seu retorno à Cidade Maravilhosa.
Agora,
são dores. E só o tempo cura.
Gabriel
Novis Neves
13-04-2012
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