A
atual presidente foi rotulada pelos marqueteiros no governo passado como
“tocadora de obras”. O marqueting funcionou tão bem, que quase todo mundo
torcia para que a antecessora da Erenice na Casa Civil gerenciasse as
incontáveis obras públicas dessa nação.
Ganhou
do seu patrocinador político o popular apelido de gerentona, para desespero dos
seus adversários.
O
resto ficou por conta dos profissionais de campanhas políticas, que fizeram de
um limão uma farta limonada.
A
notícia que tínhamos é que o Brasil se transformaria em um imenso canteiro de
obras, com dinheiro, inclusive, para desenvolver projetos emergenciais.
O
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estava indo tão bem que foi criado
o PAC II.
O
presidente apresentava-a à nação como a mãe do PAC I e PAC II. Os anúncios eram
diários e com ampla cobertura da mídia - como a festança da transposição das
águas do Rio São Francisco.
Aqui
no nosso Estado, para evitar uma derrota mais ampla nos dois turnos das
eleições presidenciais, obras faraônicas foram lançadas em clima de
inauguração.
Ferrovias,
novas rodovias, duplicação das existentes, asfaltamento dos grandes eixos
rodoviários, navegação fluvial, escoamento das nossas riquezas pelo rio
Paraguai. Era tanta promessa de obras, que a nossa população ficou desconfiada
com tanta esmola, pois pobre sempre desconfia quando ela é demais e, fruta
abandonada na estrada, tá bichada ou tem marimbondo no pé, como dizia
o poeta Ataulfo Alves.
Foi
prometido também: liberação de recursos financeiros para as obras essenciais de
saneamento básico, novo Hospital Universitário e os moderníssimos sistemas de
Unidades de Pronto Atendimento e Assistência Social (UPAS).
E
mais: melhoria da qualidade na educação pública, aviões invisíveis para
fiscalizar as nossas fronteiras - convite ao tráfico internacional de drogas e
todo o tipo de contrabando.
A
vez parecia ter chegado ao nosso Estado, pois os chamados líderes políticos
apoiavam a grande tocadora de obras.
Além
disso, estávamos comandando a principal autarquia do Ministério dos Transportes
- o DNIT.
Por
problemas republicanos, o nosso Estado foi expulso do Planalto, e a mídia
passou a dar notícias sobre as obras de campanha.
Ninguém
mais comenta o tão falado projeto da transposição das águas do rio São
Francisco. O prejuízo causado pela paralisação dessa obra, segundo informações
oficiais, é da ordem de quatro bilhões de reais, e muito sofrimento para os
moradores da região.
Os
irmãos gêmeos eleitoreiros, PAC I e PAC II, estão morrendo de inanição por
falta de dinheiro.
Aqui
em Mato Grosso não temos notícias dos grandes projetos anunciados.
Para
agravar ainda mais a situação, o Brasil assumiu compromissos para realizar a
Copa do Mundo 2014 que, até agora, ainda não resolveu os conflitos
administrativos com a FIFA, e as obras estão bem atrasadinhas.
Jornalistas
experientes no assunto jogaram a toalha do cronograma das obras prometidas pelo
governo federal.
Dizem,
inclusive, que o legado que a Copa nos deixará será uma impagável dívida e
muitas frustrações.
Todas
essas obras são controladas pela mãe do PAC I e PAC II.
Como
desgraça pouca é bobagem, estamos envoltos em uma tremenda crise institucional
entre os poderes e, em um gesto de autofagia política, estão em guerra.
A
presidente, que não admite ser chantageada, está nos picos do apoio popular,
medido pelo IBOPE, quebrando o recorde dos seus antecessores FHC e Lula no
primeiro ano de governo.
Está
se vendo que essa imensa base de sustentação parlamentar é, nada mais nada
menos, que a velha e desmoralizada política do toma lá dá cá.
Mato
Grosso está muito mal nessa foto. A grande imprensa nos ataca como se fôssemos
chantagistas e devotos do Santo que prega o toma lá dá cá.
Deve
ser praga de marqueteiro esse inferno astral que vivemos.
Gabriel
Novis Neves
04-04-2012
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