Só
por vício de linguagem é que utilizamos da expressão “pegou mal” - pois nada
neste país, hoje em dia, pega mal.
A
mídia inundou o noticiário com a relação dos benefícios recebidos pelos nossos
representantes políticos.
Eles
não são funcionários públicos. Eles estão no Congresso Nacional por força do
nosso voto. E lá os colocamos para que possam transformar este país em uma
nação mais justa – sem privilégios concentrados em determinadas pessoas ou
grupos.
Infelizmente,
não é isso que vemos acontecer.
O
povo brasileiro é ordeiro e trabalhador. Honesto na sua quase totalidade. Vive
no nível das suas necessidades, sendo que, quase 20 milhões, vivem abaixo da
linha da pobreza.
Pois
bem. Tramitou no Congresso Nacional uma emenda constitucional corrigindo uma
aberração contra a maioria dos habitantes desta nação – o recebimento do 14º e
do 15º salários pelos congressistas.
Na
Câmara dos Deputados, menos de seis dos seus membros deram o bom exemplo de não
receber este benefício.
No
Senado Federal, todas as excelências que lá estão, acharam ético e justo
receber aqueles adicionais salariais.
É
triste constatar que a unanimidade dos senadores aceitou receber aquilo que
nenhum trabalhador brasileiro tem direito.
Eles
se nivelaram aos defensores da falsa ética, aos “ficha suja”, aos chefes de
currais eleitorais, aos empresários de fortuna desconhecida, aos religiosos que
exploram a ignorância dos fieis, enfim, à escória humana.
É
uma vergonha para esta nação suportar, além dos escândalos, toda sorte de
privilégios desta casta que habita os prédios de Niemayer em Brasília!
Como
manter o entusiasmo cívico votando em representantes que só pensam neles?
Gostaria de ver um congressista, com todo este terço de privilégio, consultar
em um ambulatório do SUS, ser internado em hospital público, colocar o seu
filho em escola pública e deixar de receber passagens aéreas para visitar o Rio
de Janeiro.
A
nossa gente tem memória curta, todos sabem, mas está cansada de ver
inutilidades humanas nos dirigindo.
É
triste e frustrante para nós vermos a perpetuação desta conduta imoral e aética
dos nossos representantes.
Nas
próximas eleições, com certeza, e com a maior cara de pau, do alto dos seus 15
salários anuais – e outros imorais benefícios - eles, humildemente, pedirão os
nossos votos.
Para
mim, basta!
Gabriel
Novis Neves
28-03-2012
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