Existe
uma confusão danada na utilização destes dois termos.
Solidariedade
é o presente. Homenagem é o passado. Assim penso.
Na
verdade, existe um fosso separando esses dois sentimentos, e que são mal
utilizados no meu modo de encarar a vida.
Solidariedade
é individual, silenciosa e discreta.
Homenagem
é coletiva, e não prospera no anonimato.
A
solidariedade é um sentimento que externamos às pessoas vivas.
Já
a homenagem é um ritual quase obrigatório aos que partem deste planeta.
Na
solidariedade é a emoção que comanda o nosso agradecimento. Somos guiados pelo
carinho e pelo afeto.
Na
homenagem valores discutíveis estão embutidos e chega, às vezes, a surpreender
o homenageado e a magoar os esquecidos.
Quem
recebe solidariedade jamais esquecerá que é querido, e isto faz muito bem a
qualquer ser humano.
Na
homenagem existem critérios que afastam as emoções.
Os
mortos pedem compreensão e respeito.
A
homenagem traduz um momento dentro de um determinado contexto político,
econômico, social e toda a ladainha hipócrita que assistimos quando prestamos
aos vivos.
É
um ato que termina ao final da protocolar cerimônia.
A
solidariedade é inesquecível e gera, inclusive, o sentimento da gratidão.
Então
ficamos assim:
Os
vivos de todas as camadas sociais, especialmente os mais excluídos, necessitam
da solidariedade humana.
Vem
o Natal. Os pobres esperam pela solidariedade. Nem pensam em receber homenagens.
Aos
que nos deixaram, as nossas homenagens.
Gabriel Novis Neves
04-12-2012
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