sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

MARQUETEIROS


Passadas as eleições municipais, sobraram aos especialistas sociais a análise do acontecido e as suas consequências.
Até o final do ano a discussão central para estes jornalistas será o exercício da futurologia.
O cronista do dia-a-dia fica com as reminiscências pitorescas desta grande festa circense encenada na televisão com o patrocínio do Tribunal Regional Eleitoral.
As situações hilárias foram tão frequentes que, no imaginário do eleitor, ficaram as extravagâncias.
Promessas aos montes com soluções imediatistas ninguém mais lembra, porque de tão idiotas, que saíram pelos ralos do esgoto do esquecimento.
Sei que muitos jornalistas que participaram das campanhas eleitorais, estão anunciando o lançamento de seus livros contando a verdade sobre as mazelas e as intervenções teatrais criadas pelos marqueteiros.
Quer situação mais absurda do que o enredo do alinhamento político?
Parecia filmes de Mister Bean.
As crianças adoravam a estrelinha em voo rasante trazendo os personagens que eram alojados no painel no alto de um edifício em Cuiabá.
Todas as vezes que me lembro da abertura deste programa tenho vontade de rir, como faço diante das trapalhadas do cômico inglês Bean.
Outro espetáculo que me obrigou a uma regressão ao tempo do rádio foi o quadro impagável do primo pobre e primo rico na peça do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), tendo como atores dois importantes políticos.
Esta cena foi uma criação genial de um jovem cineasta que nasceu na antiga maternidade de Cuiabá.
Tinha até candidato que jurava amores por esta cidade dizendo que tinha no próprio nome - cuiabano.
Depois de eleito, o cuiabano renunciou dizendo que seria mais útil  à cidade, na Assembleia Legislativa.
Durante semanas estes e outros quadros humorísticos foram exibidos em rede, proporcionando um prazer obrigatório à nossa população, já que foi financiado com os recursos dos impostos.
Agora que Inês é morta, só nos resta esperar o momento para cantar o Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo.
Ainda bem que estes momentos de lazer acontecem de dois em dois anos.
Sem transmissão obrigatória pelo rádio e televisão a folia do circo continua, para desespero dos necessitados.

Gabriel Novis Neves
21-12-2012

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