Nas
diversas mesas de papo que costumamos frequentar, vez por outra, rolam
discussões sobre religião. Logicamente, todos os interlocutores, em sua maioria
de bom nível intelectual, discutem suas ideias sobre as mais variadas correntes
religiosas e mais ainda as filosóficas daí advinda.
“Pessoas
brilhantes falam sobre ideias. Pessoas medíocres sobre coisas.”
Entretanto,
não posso garantir que pessoas brilhantes serão por toda a vida, como as
medíocres também.
“Ainda
há os que acreditam que pessoas normais, falam sobre coisas normais.”
Geralmente,
os que se declaram agnósticos são os que mostram sinais mais fortes de
religiosidade.
Mostram-se
extremamente cautelosos nas suas verdades e a compaixão é a sua expressão de
conduta.
Olhar
vivo, porém sereno, voz baixa, postura firme sem arrogância, interesse anormal
por tudo e por todos que estão à sua volta, são as características pessoais
neles encontradas.
Isso
exemplifica a nossa grande figura do século XXI, o querido Oscar Niemeyer, o
ateu mais religioso de que temos notícia.
Viveu
mais de um século calcado em beleza, em solidariedade e em compaixão, fazendo
da sua arte a maneira de conseguir esses valores.
Rotulá-lo
como pertencente a este ou aquele sistema filosófico é minimizar o que ele
tinha de mais bonito, o seu lado humano, infelizmente pouco encontrado nos
nossos dias.
Os
preceitos religiosos, que deveriam funcionar para a humanidade como um plus,
nem sempre conseguem os seus objetivos e nos deparamos com um mundo onde
imperam a falsidade e a mentira.
Pessoas
exibindo um belo discurso, mas tendo uma prática de vida absolutamente
contrária ao que pregam.
Que
as festas natalinas nos façam refletir no sentido de que deixemos para os
nossos descendentes e para a humanidade em geral um mundo com mais
solidariedade e mais compaixão, os grandes pilares da religiosidade verdadeira.
Gabriel Novis Neves
07-12-2012
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