“Quem
bejô, bejô, quem não bejô não bejâ mais”.
Assim
é caracterizado pelo cuiabano o mês de dezembro, o mais festivo e curto, apesar
dos seus trinta e um dias.
Tudo
termina logo no início do mês dos feriados prolongados.
Os
empenhos das dívidas contraídas pelo Estado no decorrer do ano por falta de
pagamento, e para manter a tradição de estado caloteiro e irresponsável, ficam
num tal de restos a pagar.
Serão
saldados após a liberação do contingenciamento do próximo orçamento, dependendo
do “humor” do governo em cumprir com os seus compromissos junto aos seus
credores.
Isso
ficou bem claro com a posição do Tribunal de Contas do Estado, quando um
conselheiro auditor concursado, aquele que não compra vaga para pertencer à
corte, denunciou o crime cometido na área da saúde com relação aos repasses dos
recursos.
Se
o prefeito é adversário político do governador, esses repasses que são
constitucionais, não são feitos.
Amigos
recebem. Futuros aliados recebem acima do teto a que tem direito. Muitos sem
visibilidade eleitoral são ignorados.
Restos
a pagar são negociados com o governo a preço de banana, levando muitas firmas à
falência.
Em
dezembro o dinheiro do Tesouro está mais curto que os trilhos do VLT.
Os
funcionários recebem o seu 13º constitucional.
O
rapa do fundo do tacho do Tesouro é enviado sem cortes e dentro do prazo
previsto aos poderes legislativo, judiciário e tribunal de contas. O resto
é o resto.
O
governo e os poderes constituídos iniciam na primeira semana de dezembro as
suas festinhas de amigo oculto para comemorar o fato de que os nossos problemas
serão solucionados no Ano Novo.
E
toca o sininho do velhinho com o seu ho, ho, ho.
Nesta
reta final, quando deixamos a Ano Velho e jogamos nossas esperanças no Ano
Novo, seria bom se deixássemos para sempre nossas vaidades e preconceitos.
Não
confundamos a felicidade com a rolha saltitante da boca da garrafa do espumante
e abraços de tamanduá.
Não
esqueçamos que a nossa felicidade vem de dentro para fora.
Em
dezembro o tempo todo é ocupado pelas festanças - de quê, não sei.
O
menos lembrado nesse período natalino é Jesus, o Cristo que veio ao mundo para
nos salvar.
O
ano termina com a liquidação das lojas e o início das festas do carnaval.
A
Escola de Samba Primeira de Mangueira “homenageará” a nossa capital com a
chegada do trem da ilusão trazendo sambistas conduzidos pelo maquinista
Cartola.
Dezembro
está aí.
Agora
é manter a tradição e começar o Ano Novo fingindo que não herdamos os problemas
do Ano Velho.
Gabriel Novis Neves
02-12-2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.