Recebi
o seguinte email de um professor da nossa Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT):
“Fiquei
sabendo que o departamento de antropologia quer mudar o nome do Museu Rondon.
Parece que levaram a solicitação à atual reitora, que teria dito que, na
administração dela, nada seria mudado. Fiquei estarrecido com essa triste
notícia.”
Tratando
de assunto de uma universidade pública famosa internacionalmente com apenas
quarenta e dois anos de existência, se verdadeiro, o fato não é somente
estarrecedor, mas também, inacreditável, inaceitável e criminoso.
A
UFMT é hoje o que é, graças aos ensinamentos de Rondon, um dos poucos heróis
nacionais.
O
legado do sertanista, considerado um dos cinco maiores andarilhos deste
planeta, com relação ao papel do conhecimento produzido na nossa universidade
para a ocupação racional da Amazônia, respeitando os povos da floresta e o meio
ambiente, foi o compromisso da Universidade da Selva, que viabilizou e
consolidou a UFMT em uma década.
A
primeira obra construída na UFMT foi exatamente o Museu Rondon, marco de um
novo tempo para o “estado curral”.
Rondon
foi por mérito pessoal um dos poucos a ter o seu nome encaminhado à
política Academia da Suécia para receber o Prêmio Nobel da Paz.
Por
pertencer a um país de bananas, viu o seu nome preterido por grandes assassinos
da humanidade.
Injustiçado
e esquecido, Rondon teve a sua memória restaurada, em parte, pela antiga
universidade da utopia.
Agora,
o departamento de antropologia quer banir Rondon da sua casa – logo este
departamento, quem diria!
Talvez
tenha recebido ordens superiores para essa cassação e colocar em seu lugar um
dos inúmeros equívocos históricos criados nesses últimos anos!
Nunca,
jamais, em tempo algum, vi em toda a minha vida sinal mais evidente de
alienação acadêmica.
Enquanto
índios xavantes lutam pelos seus direitos, aquele departamento tem como meta
mudar o nome do museu. A exemplo de Rondon deveria, isto sim, encontrar
soluções para a pacificação dos povos pré-colombianos.
A
atual reitora participou da implantação da UFMT, e lembra-se da função do Museu
Rondon naquele momento histórico.
Durante
o seu mandato nada será feito, mas nada nos garante que esse projeto de apagar
a memória de Rondon do nosso campus universitário do Coxipó, não seja uma
missão a ser cumprida.
O
governo conseguiu acabar com a nossa educação.
Agora
é apagar a memória nacional.
Pobre
país que construímos para os nossos filhos!
Péssimo
exemplo aos jovens, que perdem as suas referências.
Mudar
o nome do nosso Museu Rondon!
Gabriel Novis Neves
15-12-2012
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