A
sociedade brasileira acostumou-se tanto a tolerar a hipocrisia, que está
difícil viver com ética, respeito, solidariedade e humanismo.
Neste
final de ano três assuntos ocupam o espaço da mídia.
O
provável encerramento do julgamento dos mensaleiros pelo Supremo Tribunal
Federal, agora acoplado ao escândalo do escritório da Presidência da República
em São Paulo.
A
engenharia sem as curvas e a beleza do Niemayer nos arranjos das equipes dos
futuros prefeitos, onde a obra final é semelhante a uma colcha de retalhos,
produto das concessões partidárias.
Os
salários dos prefeitos e vereadores do Brasil, muitos acima do teto determinado
pela Constituição Federal.
Dos
cento e quarenta e um municípios mato-grossenses, a maioria vive de repasses
constitucionais.
O
município de Cuiabá no próximo ano terá um orçamento pouca coisa maior do que o
da Secretaria da Casa Civil do governo do Estado.
Ao
que me consta, essa secretaria de articulação política do governador não possui
uma estrutura burocrática como a Prefeitura da nossa capital - carente de ações
imediatas que requerem dinheiro para minorar, pelo menos, a saúde pública.
Acho
também que não possui uma Câmara de Vereadores, tão obesa com aumento de
“representantes do povo” e custo operacional altíssimo.
Como
certas coisas só acontecem em Cuiabá, proporcionalmente ao número de
habitantes, a nossa ex-Cidade Verde possui quase dez vezes mais vereadores
que a cidade mais rica do Brasil que é a capital do Estado de São Paulo.
Somos
generosos também com o número de secretarias criadas para atender a faminta
base de sustentação do governo municipal, cujo orçamento mal paga o salário do
pessoal.
O
futuro prefeito, num ato de lucidez, pensou em fundir algumas dessas inutilidades,
verdadeiras aspiradoras do nosso caríssimo IPTU.
Claro
que os poucos privilegiados fantasiados como defensores da cultura e turismo,
acusaram o golpe e gritaram.
Acho
pouco que, com esse orçamentinho, o nosso município tenha de continuar com essa
gigantesca máquina administrativa inoperante, deixando de atender as
emergências da nossa população.
Temos
mais secretarias ornamentais e ociosas que postos de saúde e creches em
funcionamento, o que é um absurdo insuportável de falta de respeito aos mais
carentes, principalmente.
Mauro
foi eleito para transformar Cuiabá em uma cidade moderna e mais humana.
Medidas
duras a favor da população devem ser tomadas no primeiro dia de governo. Nossa
gente não tem mais paciência para ouvir discursos e promessas de que vamos
fazer ou estamos estudando o caso.
Não
elegemos um prefeito para realizar mudanças?
Queremos
transformações.
Estas têm que começar de cima para baixo e não demitindo pequenos funcionários,
trocando móveis dos gabinetes ou mudando de prédio.
Mauro:
modernize o Palácio Alencastro e trabalhe com uma enxuta máquina administrativa
ao seu lado.
Siga
o exemplo da universidade onde você estudou que, aos quarenta e dois anos de
existência e famosa internacionalmente, não possui sede própria para reitoria,
que ocupa (usucapião) uma pequena área da Biblioteca Central.
E
a sua universidade, nesse simples espaço físico, comanda uma rede de filiais
nas principais cidades do Estado.
Faça
uma cirurgia radical nessas quase vinte secretarias municipais. Reduza-as para
seis núcleos, e colha resultados imediatos percebidos pela nossa desesperada
população à procura de soluções para os seus problemas.
Represálias
políticas acontecerão, mas a vontade do povo é soberana e este não lhe faltará.
Não
se torne um refém dos velhos e ultrapassados métodos de governar.
Não
siga os exemplos dos governos Estadual e Federal, totalmente engessados e
inoperantes.
Repito
Mauro: o momento é de fusão “ampla, geral e irrestrita” para salvar a minha
cidade.
Você
não deve nem pensar na mesmice, ouvindo caciques políticos profissionais.
Coragem
novo prefeito!
O
povo quer aplaudi-lo por promover o desenvolvimento de Cuiabá.
A
prefeitura não é casa de filantropia.
Gabriel Novis Neves
11-12-2012
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