Na
vida tudo pode ser possível.
A
surpresa me condiciona a situações agradáveis, embora nem sempre isso funcione
assim.
Telefonemas
pela madrugada em casa de médico não são surpresa. Durante todo o período
profissional da atividade médica, esse tipo de chamada não causa nenhuma
sensação desagradável, mesmo interrompendo um processo fisiológico que é o
sono.
Nos
casos de dúvidas mais simples, a situação é resolvida ali mesmo, pelo telefone,
de forma a aliviar o paciente.
Finalizada
a conversa o telefone é desligado e o sono continua como se nada houvesse
acontecido.
Até
sonhos podem continuar, tal qual um capítulo de novela.
Surpreendo-me
com a perfeição do nosso organismo e com as suas perfeitas conexões entre o
corpo e a mente.
Outras
vezes somos obrigados a deixar precocemente a cama e sair, com a lua nos
iluminando, em direção ao hospital ou até mesmo à residência do paciente.
A
surpresa desagradável é sempre desagradável, independente do dia ou da hora.
O
leque das surpresas é tão ilimitado, que sempre estamos sendo assaltados pelo
ineditismo delas.
Penso
no tipo dessa energia misteriosa, que tanto bem nos faz emocionalmente e que
surge, às vezes, como a melhor das terapias em momentos tão carentes.
Os
poetas têm razão em traduzir aquilo que nos acontece e nós não entendemos. Eles
não são ilusionistas ou falsários dos seus sentimentos, falando sempre com a
beleza das fantasias, combustível indispensável a uma vida saudável, onde o
inconsciente nunca é freado pelo consciente.
Essa
é a surpresa que assusta alguns.
Neste
vai e vem sobre as surpresas, não existe a última. Ela só desaparecerá com a
saudade.
As
surpresas, mesmo as jamais esperadas, às vezes demoram anos para
acontecer, mas a sua energia jamais será perdida.
Essas
surpresas retidas são como o vinho. Quanto mais antigas melhores.
Ah!
Como seria bom acordar sempre com uma surpresa agradável!
Gabriel Novis Neves
09-12-2012
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