sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Nós e os irracionais


A grande diferença entre nós e os outros animais é a nossa capacidade de transformar a natureza.
Eles, apenas extraem dela a sua sobrevivência. Nascem, vivem e morrem sem grandes percalços durante esse ciclo de vida, desde que não ocorram catástrofes telúricas.
Seu sistema imunológico, não sendo atingido por fatores emocionais como no nosso caso, consegue protegê-los de uma maneira eficaz das inúmeras pragas e doenças apenas ocorrendo eventualmente algumas zoonoses em função de distúrbios ambientais.
Nós, com as constantes inseguranças psicológicas, ficamos, igualmente, sujeitos a quedas frequentes do tônus cortical e dessa maneira, com muita frequência, dada a baixa imunidade, desprotegidos de todo tipo  de doença, inclusive as provocadas por vírus e bactérias.
Com relação ao tão propalado benefício do exercício físico, os animais só o fazem em condições de perigo ou durante a caça, para sobrevivência.  No restante do tempo, muitos alongamentos, estes sim extremamente necessários e entrega total ao descanso.
Os racionais aqui, motivados por uma propaganda diária contundente, se exaurem nas academias  em busca de corpos esculturais que teoricamente os levariam a experiências afetivo-sexuais  mais intensas e duradouras  e quem sabe à juventude eterna.
A observação geral é, entretanto de que todo o inverso ocorre na maioria dos casos e o saldo final é de um grande número de pessoas com o seu sistema osteo articular lesionado, algumas vezes de maneira grave.
Ao menor sinal de doença, os animais imediatamente param de comer, saem à procura das ervas específicas para a sua cura, sempre por eles intuída, e entram em absoluto repouso como forma de comportamento.
Entretanto, na convivência com os humanos,  podem se tornar obesos, neuróticos, diabéticos, cancerosos, cardíacos  e sempre dependentes de cuidados veterinários uma vez que passamos  para eles as inúmeras agressões que fazemos à nossa espécie, sejam elas alimentares, sexuais, ambientais e principalmente psicológicas.
Enfim, de tudo isso concluímos que respeitadas às diferenças genéticas, seríamos bem mais equilibrados se agredíssemos menos a natureza.
Na nossa imensa sede de "TER", nos entregamos de uma maneira desvairada a consumir cada vez mais e desordenadamente com se isso fosse a nossa única finalidade de vida.
Na verdade, o modelo de felicidade cabe num recipiente bem menor.
Vivemos numa sociedade em que “A Depressão” é um dos maiores males e isso justifica uma reflexão profunda sobre as suas possíveis causas.
Entretanto, regidos por sistemas de produção perversos, dificilmente em curto prazo poderemos nos livrar desses apelos que levam ao dito ‘Sucesso’, afastando-nos de nossa origem primitiva animal.

Gabriel Novis Neves
30/11/2012

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