terça-feira, 18 de dezembro de 2012

SOCIEDADES VIOLENTAS


Os massacres nas escolas americanas causam sempre um grande impacto no mundo todo. Logo em seguida, são facilmente esquecidos, e sempre explicados como oriundos de distúrbios psiquiátricos isolados.
Simples, também, atribuir o fato à constituição americana, a permitir a qualquer cidadão a compra de armas de qualquer tipo, até pela internet.
É muita ingenuidade ou má fé omitirmos  ser o grande  e poderoso lobby da indústria de armas, no qual até hoje nenhum presidente dos EUA ousou tocar, o maior  desencadeador de todos  esses acontecimentos. Do final do século XIX até os dias presentes, já foram catalogados cerca de 280  ataques à escolas em diferentes pontos do país.
Logicamente, existe nos meios estudantis uma cultura propícia a esse tipo de acontecimento, pois uma enorme competitividade entre os  jovens, desde muito cedo, começa a dividi-los  entre os perdedores  e as celebridades vencedoras. 
Inúmeros são os campeonatos existentes nas  escolas,  e assim, a verdadeira preocupação em formar pessoas solidárias, valor  totalmente descartado,vai-se perdendo pela vida afora.
Somente os que se tornaram celebridades terão os aplausos e as glórias da comunidade
Além de tudo, inúmeros clubes de tiro proliferam, sendo  os próprios pais os incentivadores dos filhos  à prática de tal atividade. Isso sem falar no aspecto da pseudo virilidade, enaltecida pela  indústria de armas através das diferentes mídias.
Interessante observar: dos 280 casos de ataque registrados, apenas dois  foram cometidos por mulheres.
As armas usadas são sempre de última geração, com um enorme e rápido poder de destruição de muitas vidas em poucos minutos.
Dessa forma, da mistura de tais fatores está feito o caldo perverso  para a continuidade de acontecimentos do mesmo tipo.
O quadro não é muito diferente em países da América Latina, como o nosso, no qual ocorrem mais de 50 mil assassinatos e 45 mil mortes no trânsito, em apenas um ano.
Para o mundo, as manchetes nos rotulam de selvagens, ignorantes, dignos de desprezo.
E aí, elite cultural e econômica do mundo não seriam os casos citados as duas faces de uma mesma moeda?
Vocês,  germinando e incentivando, no dia a dia, a competitividade excessiva, a violência dos costumes, a anulação da solidariedade.
Nós, ainda muito jovens, massacrados pela miséria, pelo analfabetismo, cuja extinção a  ninguém preocupa,  pelos governantes corruptos, por nós eleitos, e com os hipócritas disfarçados de boas intenções que deles se locupletam.
Com certeza um mundo melhor e mais justo virá no dia em que nos transformarmos em seres humanos verdadeiros, irmanados num mesmo propósito de paz.
Preciso acreditar nisso.

Gabriel Novis Neves

15-12-2012

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