Durante
a última campanha presidencial a candidata da continuidade falou muito sobre o
avião invisível para a solução do tráfico de drogas.
Disse
que o Brasil já tinha adquirido essa maravilha tecnológica dos israelenses e
que logo entraria em ação.
Isso
foi exaustivamente repetido nos programas gratuitos do Tribunal Regional
Eleitoral e em todos os inúmeros debates pela televisão.
O
nosso Estado, que possui uma fronteira enorme com um dos países produtores e
exportadores de drogas, a notícia era alvissareira, se não fosse mentira para
enganar o eleitor.
Assim
mesmo a candidata dos aviões invisíveis perdeu por aqui, no primeiro e segundo
turnos.
Passados
dois anos dessa promessa, uma revista de circulação nacional informa que, no
momento, o Brasil só tem um desses aviões, recolhido em um hangar no Paraná.
Os
seus equipamentos foram encaixotados após a festa da sua chegada, e estão assim
até hoje.
O
outro comprado pelo governo brasileiro, ainda encontra-se em Israel.
O
programa encomendado é da aquisição de catorze vans, por R$ 655 milhões,
segundo o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
O
governo já gastou R$ 73 milhões nesse projeto, cujo único avião é visível em um
hangar.
Essa
máquina voadora é tão perfeita, que é capaz de filmar e fotografar a placa de
um carro ou o rosto de um traficante, a nove quilômetros de altura.
Enquanto
o governo brasileiro não decide com quem ficará o avião cego no organograma do
poder, toneladas de cocaína atravessam as nossas fronteiras para abastecer o
mercado interno e externo, e o bolso dos barões do tráfico.
A
violência tomou conta de Cuiabá, uma das rotas preferidas pelo tráfico.
Crianças de quinze anos são assassinadas, outras são queimadas vivas no ponto
de venda da droga.
Na
tenebrosa história da guerra do tráfico existe uma pedra no caminho, tão
poderosa que amarra um avião num hangar.
Gabriel Novis Neves
20-08-2012
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