O
que mata a crença do brasileiro em dias melhores prometidos pelos políticos, é
a velha história do “um peso, duas medidas.”
O
brasileiro se transformou em um cético em relação aos programas e compromissos
sociais anunciados pelos nossos governantes.
A
presidente, durante nove anos, foi do primeiro time do governo anterior. Chegou
a ser chamada, pelo técnico da época, da mãe que sabia de tudo e controlava,
com uma equipe fantástica, os principais projetos do governo federal.
Dias
atrás, como técnica do time do governo, foi visitar uma das prioridades do
governo passado: a transposição das águas do Rio São Francisco.
Muitas
informações foram escondidas da Mãe do PAC - de saudosa memória para nós
cuiabanos – mas, o que ela viu foi o suficiente para a sua profunda irritação,
sem motivos para mim.
Afinal,
não era ela a responsável pela fiscalização dessas obras? Não posso admitir que
estejam querendo desconstruir a imagem da eficiente gerentona deste país.
Cobrou
empenho, providências, atitudes e resultados de todo mundo. Mas, e ela? O que
fez durante esses últimos anos que não viu que a obra estava na UTI?
Se
a presidente visitar todas as obras que constam no seu currículo como
realizadas, ficará desanimada. Não aconselho, por exemplo, visitar em Cuiabá as
obras sob o seu comando - o PAC I e PAC II.
No
ano passado, os bombeiros do Rio de Janeiro invadiram o prédio do Comando
Central da corporação, e lá permaneceram amotinados até o final da greve geral
por melhores salários.
Um
jovem senador carioca, do partido da presidente, apresentou no Congresso
Nacional um projeto de lei concedendo anistia, ampla, geral e irrestrita a
todos os revoltosos. A presidente sancionou a lei no dia 11/10/2011.
Os
soldados da polícia militar da Bahia, depois de esgotados todos os meios legais
de negociação, entraram em greve geral, e foram se proteger da repressão na
Casa das Leis do Estado.
Atendendo
pedido do governador da Bahia, que há tempos apoiara uma greve idêntica,
desembarca em Salvador, soldados da Força Nacional, Comando Militar da Região e
Serviço de Inteligência para acabar com a greve por melhores salários.
Nesse
período, o governador visitava a democrática República Socialista de Cuba,
fazendo parte da comitiva presidencial.
Existe
no Congresso Nacional, emperrada, uma proposta de Emenda Constitucional, cujo
autor é um deputado paulista, propondo a unificação da remuneração das polícias
militares de todo o Brasil.
A
carreira inicial de um soldado da polícia militar em Brasília é algo superior a
quatro mil reais.
O
Estado que pior remunera os seus policiais é o Rio Grande do Sul, governado por
um ex-ministro da Justiça do Partido dos Trabalhadores, e que conhece muito bem
essa situação.
Interessante
nessa história, é que o governo federal é quem paga os salários dos policiais
de Brasília, portanto, acha justo esse valor - que as outras polícias
reinvidicam isonomia.
A
presidente é contra a anistia proposta para acabar com a greve dos soldados da
Bahia.
No
mesmo dia em que a presidente se manifestava contra a anistia, ela empossava
uma ministra que, assim como ela - e grande número dos ministros do Brasil -
foram beneficiados, em cascata, com a anistia dada pelos militares.
Enquanto
prevalecer a justiça do “um peso e duas medidas”, fica tudo como está neste
país onde, em se plantando, tudo dá.
Gabriel Novis
Neves
11-08-2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.