Estas
eleições municipais estão insuperáveis no quesito enredo.
Primeiro
foi o mistério dos candidatos se declararem candidatos.
Os
acertos, não muito secretos, visando a permanência desse grupo no poder, foi
outro assunto importante.
Esse
conchavo, quando descoberto, deu origem ao célebre pronunciamento do senador
Pedro Taques que passará para a história: “Estão me apunhalando pelas costas.
Sinto o peso da traição”.
Havia
um mistério com relação ao nome dos futuros candidatos à prefeitura da maior
cidade de Mato Grosso.
Balões
de ensaio foram lançados nesse período. Muitos pegaram fogo na largada.
Somente
na semana das convenções alguns assumiram suas candidaturas, sem o anúncio dos
seus vices.
Tivemos
a mais emocionante escolha de vices candidatos à prefeitura de Cuiabá.
Candidatos
que dormiram candidatos a prefeito acordaram cabo eleitoral.
Candidato
a vice com apoio do chefe do partido, é passado para trás por um candidato que
trabalhou em surdina.
Candidato
a prefeito com vice a sair da convenção, recebe um reforço de graça do maior
partido do Brasil - oferecendo-lhe minutos preciosos do tempo de televisão.
Vice
foi substituído na última hora, continuando a chapa familiar.
E
teve até candidato que foi para a convenção sem vice.
Não
contando com a chapa surpresa, e completa, de um partido novo.
Pela
composição das chapas majoritárias, é fácil distinguir a falta de um mínimo de
identificação em qualquer área, seja ideológica ou religiosa.
Pelo
menos ficou claro que, seja qual for o eleito, ele cumprirá os quatro anos de
mandato.
Teremos
vices ornamentais e ociosos. Quanto mais ornamentais mais prestigiados pelo
chefe.
Na
chapa de vereadores a indisciplina ideológica é gritante.
Vejo
uma campanha em que o candidato lutará para conseguir o seu votinho, e muito
obrigado.
É
um perigo, no momento atual, seduzir um eleitor pedindo dois votos.
É
preferível um pássaro na mão que dois voando, dizem os candidatos a vereador.
As
eleições costumam ser decididas pelas imagens de televisão. É a TV que ganhará
este pleito.
Com
a exigência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de que os candidatos devem
apresentar uma declaração de bens e publicar os mesmos, o resultado das
eleições de Cuiabá já foi alterado.
Todo
mundo sabe que ser vereador é uma forma de enriquecimento. Isso foi amplamente
divulgado pela mídia.
Mas
o grande assunto nas ruas, becos, botequins e até nas lojas sofisticadas, como
a Daslu, não é sobre a fortuna do candidato favorito nas pesquisas, e sim,
sobre a quase miséria de um excelente candidato, com fortuna três vezes
inferior ao seu vice.
Os
Fuxiqueiros pensam até em criar uma Comissão de Alto Nível para investigar esse
tenebroso empobrecimento de um dos nossos bons candidatos.
Pegou
mal diante do eleitorado cuiabano essa declaração de bens do candidato deputado
sobre o seu patrimônio.
Aqui
no Brasil, ainda existe esse péssimo hábito de se esconder o resultado de um
eficiente e honesto trabalho, que são os seus bens.
Não
é crime dizer que trabalhou e ganhou um bom dinheiro e está pagando impostos.
Cultuamos
o fracasso, muitas vezes enganoso.
Crime
é engolir vagabundos que nunca trabalharam e são bilionários.
Esses
marqueteiros inventam cada uma!
No
caso deste candidato, levou-o cedo para a cova dos derrotados. Terá que passar
o tempo todo da campanha eleitoral explicando como foi que ele perdeu seu
patrimônio.
É
a primeira vez na história política desta cidade, que um candidato poderá
perder uma eleição por se declarar pobre, e não se fazer acreditar.
Gabriel Novis Neves
11-07-2012
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