Lá
se vão os tempos em que a figura paterna era construída no âmbito familiar para
ser muito mais respeitada e temida do que amada.
Nas
últimas décadas esses preconceitos foram sendo destruídos, dando lugar a uma
geração de pais presentes, afetuosos e participantes na criação de sua prole.
A
enorme distância que separava o pai de seus filhos fabricava adultos que
durante séculos vieram repetindo esse modelo neurótico e assim privando a
organização da família de uma forma mais democrática e enriquecedora, em que os
filhos pudessem realmente conhecer e amar a pessoa responsável por grande parte
de sua futura personalidade.
Com
isso, se perderam gerações e gerações que realmente foram impedidas desse elo
tão importante da afetividade e que, com certeza, as teria transformado em
seres menos agressivos, menos competitivos, menos consumistas e muito mais
comprometidos com os verdadeiros valores humanitários baseados na solidariedade
e no amor.
Felizmente
esses comportamentos vêm gradativamente sendo substituídos, desconstruindo
aquela figura repressora que era o pai antigo onde o diálogo franco com os
filhos era impensável.
Que
surja urgentemente esse ser que consiga fazer com que as emoções possam aflorar
livremente, e que conhecer verdadeiramente o nosso pai se torne o objetivo
primordial.
Só
se ama quem realmente se conhece, e não, aquele ser idealizado durante toda a
vida e baseado em valores inatingíveis.
Somente
uma conscientização e uma reflexão permanentes podem acabar com esse círculo
vicioso, o que para o bem da humanidade, vem acontecendo rapidamente.
Tudo
mais que venha apenas exacerbar datas comemorativas, não passa de pura exploração
comercial.
Gabriel Novis Neves
07-08-2012
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