São
os comandos que recebi durante o tratamento do meu joelho. Os fisioterapeutas,
em casos graves, nos seus primeiros exercícios de recuperação, usam muito o um,
dois, três, bem levinhos para não forçar a musculatura lesionada.
Assim
foi na Reposição Postural Gradual (RPG), para corrigir a minha coluna, e no
exercício de Pillates.
Tudo
tão tênue que, para um lesionado, aqueles exercícios parecem ineficientes.
Foram
tantos dias escutando o um, dois, três que desenvolvi um reflexo condicionado:
quando ouço os meus vizinhos do antigo 16º BC correrem ao som da potente voz de
comando do um, dois, três, automaticamente faço a extensão da perna direita.
O
pior é que prendo a respiração após abaixar o tórax, estufo a barriga e prendo
o ar por três segundos.
Precisei
lesionar o meu casco para entender a força do um, dois, três na minha
recuperação.
Nunca
poderia imaginar que movimentos tão delicados e simples fossem capazes de
soltar músculos tão fortes e agregados pelo tempo.
A
fisioterapia parece com as coisas boas da vida, onde tudo é tão simples e os
resultados tão bons.
Não
procuro extravagâncias para ser feliz.
Tenho
o nascer do dia, o canto dos pássaros, a noite misteriosa, o silêncio, as
estrelas do céu, o barulho distante das ruas, os animais noturnos procurando
namorar, o surgimento do novo dia.
Temos
que valorizar aquilo que a natureza nos oferece e não a reconhecemos como
prêmio.
Bendito
será o dia, em que o um, dois, três não serão apenas números iniciais da
aritmética.
Funcionarão
como marcadores da nossa recuperação e bem estar, físico e mental.
Gabriel Novis Neves
01-08-2012
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