Para
o presidente de uma nação tirar seu país do buraco, basta coragem para acabar
com privilégios e, principalmente, dar o exemplo.
O
novo presidente da França, em apenas cinquenta e seis dias de governo, colocou
em prática medidas simples, mas o suficiente para colocar sua nação nas rédeas.
Algumas
ações adotadas por ele chegaram a impressionar as elites, e não as donas de
casa, controladoras do apertado orçamento para passar o mês.
Proibiu,
por exemplo, os seus ministros e os altos funcionários do governo de utilizarem
carros oficiais.
Justificou
essa sua atitude dizendo que, se um ministro ou alto burocrata não tem
condições de manter um automóvel para ir ao trabalho, não possui competência
para exercer cargo público importante.
Com
essa medida sobrou dinheiro para construção de inúmeras escolas.
Cortou
a farra das viagens desnecessárias. Apareceu dinheiro para a construção de
novos postos de saúde.
Percentualmente,
diminuiu salário do funcionalismo público, deputados e altos funcionários do
governo. Esse dinheiro foi para a Previdência Social.
Aumentou
os impostos dos ricos e milionários e acabou com subsídios políticos.
Com
esse dinheiro criou o "bônus-cultura", isentando de impostos aqueles
que abrissem uma livraria.
Terminou
com a taxa de zelo paga à mídia - publicações do governo em revistas, jornais,
rádio e televisão.
Festas
e mordomias no palácio, nem pensar. Esse dinheiro foi destinado aos pobres.
Implantou
no governo a meritocracia, terminando com o loteamento do poder onde cargos
técnicos eram ocupados por desqualificados apadrinhados.
Com
esses recursos melhorou o salário dos trabalhadores e a aposentadoria dos
idosos.
Outras
medidas de economia doméstica foram implantadas e, após cinquenta e seis dias
de governo, a França tinha uma nova cara.
Enquanto
isso aqui no Brasil, após quase vinte meses de governo, vivemos a greve dos
funcionários públicos federais, nunca, jamais visto neste país, produzindo um
prejuízo incalculável à nossa economia e paz social.
Todas
as universidades públicas estão fechadas há mais de cem dias, e o governo
encerrou as negociações para resolver esta situação de verdadeira calamidade
com a nossa educação.
Os
portos brasileiros mantêm à distância os navios responsáveis pela exportação
das nossas riquezas, produzindo prejuízos impensáveis.
A
desordem social é sentida neste instante em que o governo atual demonstra total
inabilidade para administrar essa crise, que só não é maior devido ao controle
do governo sobre os meios de comunicação.
O
noticiário sobre os Jogos Olímpicos ocupou mais tempo na mídia que o
escandaloso desvio de verbas públicas, no chamado mensalão em julgamento no
Supremo Tribunal Federal (STF).
Esse
assalto aos cofres públicos é a verdadeira mula sem cabeça.
O
douto e respeitado Procurador-Geral da Justiça decapitou do processo o
responsável pela quadrilha.
Julga-se
no momento apenas os membros do maior roubo de dinheiro público da história do
Brasil (parecer do senhor Procurador-Geral da República).
Pelo
andar da carruagem, não há culpados pelos milhões que saíram do Banco Rural
para a conta de parlamentares.
Esse
dinheiro roubado, que daria para implantar dezenas de UPAS (Unidades de Pronto
Atendimento em Saúde), segundo tese do ex-ministro da Justiça, não era para
comprar deputados para votar matérias de interesse do governo. Apenas, caixa
dois para despesas de campanhas eleitorais.
Todos
os indiciados serão absolvidos.
Em
nosso Estado a justiça liberou a implantação do VLT, apesar das denúncias de
propina a funcionários do governo, para programarem na licitação o consórcio
vencedor para fazer este faraônico projeto.
Muitos
acreditam que essa dinheirama investida no VLT, tornaria inviável o nosso
endividado e rico Estado.
Chegou
o momento de deixarmos as vaidades de lado e copiarmos as coisas simples que
sempre deram certo.
Gabriel Novis Neves
22-08-2012
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