quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Não tem mistério


Para o presidente de uma nação tirar seu país do buraco, basta coragem para acabar com privilégios e, principalmente, dar o exemplo.
O novo presidente da França, em apenas cinquenta e seis dias de governo, colocou em prática medidas simples, mas o suficiente para colocar sua nação nas rédeas.
Algumas ações adotadas por ele chegaram a impressionar as elites, e não as donas de casa, controladoras do apertado orçamento para passar o mês.
Proibiu, por exemplo, os seus ministros e os altos funcionários do governo de utilizarem carros oficiais.
Justificou essa sua atitude dizendo que, se um ministro ou alto burocrata não tem condições de manter um automóvel para ir ao trabalho, não possui competência para exercer cargo público importante.
Com essa medida sobrou dinheiro para construção de inúmeras escolas.
Cortou a farra das viagens desnecessárias. Apareceu dinheiro para a construção de novos postos de saúde.
Percentualmente, diminuiu salário do funcionalismo público, deputados e altos funcionários do governo. Esse dinheiro foi para a Previdência Social. 
Aumentou os impostos dos ricos e milionários e acabou com subsídios políticos.
Com esse dinheiro criou o "bônus-cultura", isentando de impostos aqueles que abrissem uma livraria.
Terminou com a taxa de zelo paga à mídia - publicações do governo em revistas, jornais, rádio e televisão.
Festas e mordomias no palácio, nem pensar. Esse dinheiro foi destinado aos pobres.
Implantou no governo a meritocracia, terminando com o loteamento do poder onde cargos técnicos eram ocupados por desqualificados apadrinhados.
Com esses recursos melhorou o salário dos trabalhadores e a aposentadoria dos idosos.
Outras medidas de economia doméstica foram implantadas e, após cinquenta e seis dias de governo, a França tinha uma nova cara.
Enquanto isso aqui no Brasil, após quase vinte meses de governo, vivemos a greve dos funcionários públicos federais, nunca, jamais visto neste país, produzindo um prejuízo incalculável à nossa economia e paz social.
Todas as universidades públicas estão fechadas há mais de cem dias, e o governo encerrou as negociações para resolver esta situação de verdadeira calamidade com a nossa educação.
Os portos brasileiros mantêm à distância os navios responsáveis pela exportação das nossas riquezas, produzindo prejuízos impensáveis. 
A desordem social é sentida neste instante em que o governo atual demonstra total inabilidade para administrar essa crise, que só não é maior devido ao controle do governo sobre os meios de comunicação.
O noticiário sobre os Jogos Olímpicos ocupou mais tempo na mídia que o escandaloso desvio de verbas públicas, no chamado mensalão em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Esse assalto aos cofres públicos é a verdadeira mula sem cabeça.
O douto e respeitado Procurador-Geral da Justiça decapitou do processo o responsável pela quadrilha.
Julga-se no momento apenas os membros do maior roubo de dinheiro público da história do Brasil (parecer do senhor Procurador-Geral da República).
Pelo andar da carruagem, não há culpados pelos milhões que saíram do Banco Rural para a conta de parlamentares.
Esse dinheiro roubado, que daria para implantar dezenas de UPAS (Unidades de Pronto Atendimento em Saúde), segundo tese do ex-ministro da Justiça, não era para comprar deputados para votar matérias de interesse do governo. Apenas, caixa dois para despesas de campanhas eleitorais.
Todos os indiciados serão absolvidos.
Em nosso Estado a justiça liberou a implantação do VLT, apesar das denúncias de propina a funcionários do governo, para programarem na licitação o consórcio vencedor para fazer este faraônico projeto.
Muitos acreditam que essa dinheirama investida no VLT, tornaria inviável o nosso endividado e rico Estado. 
Chegou o momento de deixarmos as vaidades de lado e copiarmos as coisas simples que sempre deram certo.

Gabriel Novis Neves

22-08-2012

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