Ando
à procura de ‘pérolas’ criadas pelos nossos dirigentes maiores. Selecionei para
este artigo uma genial do ministro da Fazenda Guido Mantega: “Investimento em
educação vai quebrar o Brasil”.
Correto.
Quando os países do primeiro mundo souberem que no Brasil investimento em
educação é um mau negócio, deixarão de nos levar a sério, além da desconfiança
sobre o futuro desta nação.
Um
país só consegue o seu desenvolvimento investindo em educação.
Aqui estamos na contramão.
Há
quase três meses as universidades federais estão fechadas e seus professores em
greve acampados em Brasília.
O
governo avisou aos professores que as negociações para um entendimento sobre o
final da greve das universidades estão encerradas.
E
o Ministro da Fazenda do governo socialista joga essa pérola ou pá de cal, em
cima do nosso moribundo ensino.
O
governo federal, além de humilhar os professores brasileiros, está provando à
população do Bolsa Família que as universidades fechadas não alteram em nada a
vida nacional.
Prova
que eles continuam recebendo sem atrasos o dinheiro do senhor Guido
Mantega.
A
reivindicação dos professores para melhorar a qualidade do ensino público está
em torno de cinco bilhões de reais.
Essa
quantia não quebra o Brasil e é muito menor que os setecentos bilhões de reais
que o governo repassou aos banqueiros, grandes financiadores de campanhas
políticas, não exigindo nenhuma contra partida.
O
que está quebrando o Brasil é a entrega das nossas empresas estratégicas e
rentáveis ao capital nacional e internacional.
São
as obras não essenciais às necessidades populares,
faraônicas, extremamente superfaturadas para o caixa dois que, pelo visto, não
é crime e sim cultura política de se fazer campanha.
As
obras da Copa do Mundo, todas realizadas pelo padrão FIFA, corrupta e
corruptora, para abrigar algumas partidas de futebol. O Brasil está construindo
ou reformando doze campos de futebol, agora denominados de Arena, ao módico
preço de um bilhão de reais cada.
O
nosso já tem um destino, pois lugar de elefante será no zoológico.
Os
professores, segundo o ministro da Fazenda, quebrariam o Brasil com
investimentos de cinco bilhões na melhoria da qualidade do ensino.
As
Arenas da FIFA custarão aos cofres públicos mais que o dobro em recursos, e sem
o retorno que uma boa educação dá.
O
que quebra o Brasil é essa promiscuidade abençoada pelo governo, em que poder e
dinheiro ficou concentrado nas mãos de poucos especuladores, daqui e de fora do
país.
Tudo
o que assistimos angustiados, faz parte de um plano diabólico para privatizar o
ensino superior, hoje quase todo em mãos de particulares.
A
situação educacional brasileira é tão caótica, que o Estado mais desenvolvido e
rico desta nação, que é São Paulo, sofreu uma queda na sua qualidade, e se
nivelou com Estados de piores índices de educação.
A
Diretora Executiva do Movimento Todos pela Educação, em artigo recente comentou
retrocessos preocupantes para romper com o analfabetismo funcional.
Hoje
no Ensino Fundamental II, 15% entre os concluintes não possuem o domínio pleno
da leitura. Passam oito anos na escola e não aprendem a ler.
Dos
alunos que concluem o Ensino Médio, 35% são analfabetos funcionais.
No
ensino superior – pasmem -, 38% não alcançam o nível pleno.
Traduzindo:
estamos formando analfabetos funcionais nas três etapas do ensino. Pela
gravidade do assunto destaco que, quase 40% dos médicos, engenheiros, advogados
e professores, deixam as universidades com o pomposo diploma de analfabetos
funcionais.
Essa
greve das universidades brasileiras é para chamar a atenção da sociedade e
autoridades para investirem recursos mais generosos na educação.
O
ministro da Fazenda se esquece de que o que está quebrando o Brasil é a
corrupção do mensalão, ou caixa dois, cartão corporativo, loteamento do poder,
inchaço da máquina administrativa e, principalmente, a impunidade e falta de
credibilidade das intenções do governo.
Gabriel Novis Neves
10-08-2012
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