quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Investimento

Ando à procura de ‘pérolas’ criadas pelos nossos dirigentes maiores. Selecionei para este artigo uma genial do ministro da Fazenda Guido Mantega: “Investimento em educação vai quebrar o Brasil”.
Correto. Quando os países do primeiro mundo souberem que no Brasil investimento em educação é um mau negócio, deixarão de nos levar a sério, além da desconfiança sobre o futuro desta nação.
Um país só consegue o seu desenvolvimento investindo em educação.
Aqui estamos na contramão.

Há quase três meses as universidades federais estão fechadas e seus professores em greve acampados em Brasília. 
O governo avisou aos professores que as negociações para um entendimento sobre o final da greve das universidades estão encerradas. 
E o Ministro da Fazenda do governo socialista joga essa pérola ou pá de cal, em cima do nosso moribundo ensino.
O governo federal, além de humilhar os professores brasileiros, está provando à população do Bolsa Família que as universidades fechadas não alteram em nada a vida nacional.
Prova que eles continuam recebendo sem atrasos o dinheiro do senhor Guido Mantega. 
A reivindicação dos professores para melhorar a qualidade do ensino público está em torno de cinco bilhões de reais.
Essa quantia não quebra o Brasil e é muito menor que os setecentos bilhões de reais que o governo repassou aos banqueiros, grandes financiadores de campanhas políticas, não exigindo nenhuma contra partida. 
O que está quebrando o Brasil é a entrega das nossas empresas estratégicas e rentáveis ao capital nacional e internacional.
São as obras não essenciais às necessidades populares,
faraônicas, extremamente superfaturadas para o caixa dois que, pelo visto, não é crime e sim cultura política de se fazer campanha.

As obras da Copa do Mundo, todas realizadas pelo padrão FIFA, corrupta e corruptora, para abrigar algumas partidas de futebol. O Brasil está construindo ou reformando doze campos de futebol, agora denominados de Arena, ao módico preço de um bilhão de reais cada.
O nosso já tem um destino, pois lugar de elefante será no zoológico.
Os professores, segundo o ministro da Fazenda, quebrariam o Brasil com investimentos de cinco bilhões na melhoria da qualidade do ensino.
As Arenas da FIFA custarão aos cofres públicos mais que o dobro em recursos, e sem o retorno que uma boa educação dá.
O que quebra o Brasil é essa promiscuidade abençoada pelo governo, em que poder e dinheiro ficou concentrado nas mãos de poucos especuladores, daqui e de fora do país. 
Tudo o que assistimos angustiados, faz parte de um plano diabólico para privatizar o ensino superior, hoje quase todo em mãos de particulares.
A situação educacional brasileira é tão caótica, que o Estado mais desenvolvido e rico desta nação, que é São Paulo, sofreu uma queda na sua qualidade, e se nivelou com Estados de piores índices de educação. 
A Diretora Executiva do Movimento Todos pela Educação, em artigo recente comentou retrocessos preocupantes para romper com o analfabetismo funcional.
Hoje no Ensino Fundamental II, 15% entre os concluintes não possuem o domínio pleno da leitura. Passam oito anos na escola e não aprendem a ler.
Dos alunos que concluem o Ensino Médio, 35% são analfabetos funcionais.
No ensino superior – pasmem -, 38% não alcançam o nível pleno.
Traduzindo: estamos formando analfabetos funcionais nas três etapas do ensino. Pela gravidade do assunto destaco que, quase 40% dos médicos, engenheiros, advogados e professores, deixam as universidades com o pomposo diploma de analfabetos funcionais.
Essa greve das universidades brasileiras é para chamar a atenção da sociedade e autoridades para investirem recursos mais generosos na educação.
O ministro da Fazenda se esquece de que o que está quebrando o Brasil é a corrupção do mensalão, ou caixa dois, cartão corporativo, loteamento do poder, inchaço da máquina administrativa e, principalmente, a impunidade e falta de credibilidade das intenções do governo.  

Gabriel Novis Neves 
10-08-2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.