Assisti
pela televisão o Procurador Geral da República explicar, didaticamente, como se
roubou dinheiro público neste país para comprar congressistas no primeiro
governo Lula.
Após
cinco horas de leitura do processo ele pediu a condenação e prisão dos réus.
Os
advogados defensores dos cinco primeiros criminosos, na visão do Procurador da
República, fizeram um tremendo esforço para provar que roubar dinheiro público
com a rubrica de caixa dois, não é crime penal, e sim, eleitoral.
Como
crime eleitoral, todas aquelas malas que saíram de Belo Horizonte cheias de
dinheiro com destino à Brasília, estaria prescrito pela lei e todos os
mensaleiros absolvidos.
Os
advogados do Marcos Valério e Delúbio Soares confessaram a existência do caixa
dois, assim como Lula em Paris, orientado pelo ex-ministro da Justiça, hoje
advogado do Banco Rural.
Roubar
e dizer que o dinheiro era para o caixa dois pode, mas roubar para pagar
mensalidade aos congressistas é crime.
Como
não entendo nada de Direito Penal, como a maioria da população brasileira, esse
julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido de muita utilidade para
ensinar como roubar dinheiro público legalmente.
A
bandalheira era tão explícita, que um deputado federal da oposição, e que
passou a votar favoravelmente as matérias de interesse do governo, comentou que
nunca fora tão valorizado como no governo do PT. Pela primeira vez sentiu que
era vantagem pertencer à base aliada do governo e receber o mensalão.
A
‘merenda’ corria solta no Congresso Nacional e todo mundo sabia.
O
governador de Goiás à época comentou o fato com o presidente da República, que
não tomou nenhuma providência, pois não sabia de nada.
Um
compositor popular dizia que segredo não foi feito para guardar e que só existe
entre quatro paredes.
Político
não é caixinha de segredos. Todo o Brasil sabia da quadrilha do caixa dois,
nome correto para mais este roubo impune.
Exigir
provas documentais, recibos, telefonemas é brincar com a inteligência dos
poucos brasileiros que estudaram.
Basta
fazer um estudo da evolução patrimonial desse pessoal envolvido em caixa dois.
Casos
de arrepiar são encontrados em todo o Brasil.
Não
irei citar exemplos, mas se alguém ler este artigo, logo identificará uma série
de políticos ‘com muita sorte para negócios. ’
Não
assistirei mais as defesas repetitivas, que negam que nada houve e que o
Procurador Geral da República é um tremendo mentiroso.
Aguardarei
o julgamento dos ministros do STF. Só depois saberemos se somos um país sério.
Gabriel Novis Neves
07-08-2012
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