sexta-feira, 17 de agosto de 2012

MENSALÃO


Assisti pela televisão o Procurador Geral da República explicar, didaticamente, como se roubou dinheiro público neste país para comprar congressistas no primeiro governo Lula.
Após cinco horas de leitura do processo ele pediu a condenação e prisão dos réus.
Os advogados defensores dos cinco primeiros criminosos, na visão do Procurador da República, fizeram um tremendo esforço para provar que roubar dinheiro público com a rubrica de caixa dois, não é crime penal, e sim, eleitoral.
Como crime eleitoral, todas aquelas malas que saíram de Belo Horizonte cheias de dinheiro com destino à Brasília, estaria prescrito pela lei e todos os mensaleiros absolvidos.
Os advogados do Marcos Valério e Delúbio Soares confessaram a existência do caixa dois, assim como Lula em Paris, orientado pelo ex-ministro da Justiça, hoje advogado do Banco Rural.
Roubar e dizer que o dinheiro era para o caixa dois pode, mas roubar para pagar mensalidade aos congressistas é crime.
Como não entendo nada de Direito Penal, como a maioria da população brasileira, esse julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido de muita utilidade para ensinar como roubar dinheiro público legalmente.
A bandalheira era tão explícita, que um deputado federal da oposição, e que passou a votar favoravelmente as matérias de interesse do governo, comentou que nunca fora tão valorizado como no governo do PT. Pela primeira vez sentiu que era vantagem pertencer à base aliada do governo e receber o mensalão.
A ‘merenda’ corria solta no Congresso Nacional e todo mundo sabia.
O governador de Goiás à época comentou o fato com o presidente da República, que não tomou nenhuma providência, pois não sabia de nada.
Um compositor popular dizia que segredo não foi feito para guardar e que só existe entre quatro paredes.
Político não é caixinha de segredos. Todo o Brasil sabia da quadrilha do caixa dois, nome correto para mais este roubo impune.
Exigir provas documentais, recibos, telefonemas é brincar com a inteligência dos poucos brasileiros que estudaram.
Basta fazer um estudo da evolução patrimonial desse pessoal envolvido em caixa dois.
Casos de arrepiar são encontrados em todo o Brasil.
Não irei citar exemplos, mas se alguém ler este artigo, logo identificará uma série de políticos ‘com muita sorte para negócios. ’
Não assistirei mais as defesas repetitivas, que negam que nada houve e que o Procurador Geral da República é um tremendo mentiroso.
Aguardarei o julgamento dos ministros do STF. Só depois saberemos se somos um país sério.

Gabriel Novis Neves
07-08-2012

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