No
dia 15 de dezembro de 2011, quando todo mundo estava de férias aguardando a
entrada do Ano Novo, a presidente da República sancionou a lei nº 12.550
criando mais uma empresa estatal - a Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares (EBSERH), vinculada ao Ministério da Educação.
O
seu capital social será integralmente da União.
A
competência dessa empresa é administrar unidades hospitalares, bem como prestar
serviços de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico
e terapêutico à comunidade do SUS.
O
seu Estatuto Social foi aprovado após o Natal pelo Decreto nº 7.661 de 28 de
dezembro de 2011.
Não
irei transcrever esses atos burocráticos por serem longos em demasia e
cansativos. Quem estiver interessado em conhecer os detalhes dessa nova empresa
consulte a lei e o decreto.
Parece-me
que houve má fé do governo ao sancionar e publicar em tempo recorde matéria tão
importante, quando todos estavam mais interessados no Papai Noel e nos festejos
pela passagem do ano.
Essa
lei de final de ano é uma intervenção nos hospitais universitários brasileiros.
O
governo gastador montou uma estrutura paralela para administrar os hospitais.
Melhor dizendo: para intervir nos hospitais e ferir a autonomia
universitária.
Por
outro lado, abriu caminho para as Organizações Sociais de Saúde tomar conta,
também, dos hospitais universitários.
A
proposta e estrutura da EBSERH é irmã gêmea das OSSs.
As
atribuições dessa nova estatal do MEC são tão amplas, que é um aviso do
ministério para privatizar os seus hospitais e todo o ensino superior público.
O
Conselho Federal de Medicina (CFM) foi uma das entidades do setor que se
posicionou contra a criação da estatal.
"Ela
está sendo apresentada como panacéia para resolver problemas de gestão
hospitalar, quando os óbices são os recursos humanos. O CFM defende o SUS
(Sistema Único de Saúde), seus princípios, enquanto política pública e a gestão
dos hospitais", explicou o conselheiro suplente do CFM Waldir Araujo
Cardoso.
Já
a Associação Nacional dos dirigentes das Instituições Federais do Ensino
Superior (Andifes), aliada política do governo federal, preferiu não se
manifestar na época.
Diante
da reação do CFM, docentes, discentes e opinião pública mudaram de posição, e
agora são contra a implantação da nova empresa governamental.
A
criação dessa empresa (EBSERH), não irá melhorar em nada a situação dos
hospitais universitários, e será um grande passo para a privatização desse
setor, afirmam autoridades médicas do Rio de Janeiro.
Professores
e alunos que discutiram essa intenção do governo, como os da Universidade
Federal da Bahia, declararam o seu repúdio a essa nova investida do governo,
que visa entregar todo o ensino superior público à iniciativa privada.
Como
dizia o nosso colega Pignatti em 1982, “Abra o olho companheiro”!
Estamos
encaminhando-nos para a privatização de todos os nossos serviços públicos.
Com
relação à privatização da nossa educação o desastre será total, e o Brasil
voltará à condição de colônia dos países que investiram em educação.
A
EBSERH é o braço da privatização nas universidades.
Gabriel Novis Neves
19-08-2012
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