segunda-feira, 21 de maio de 2012

Simpósio


A Universidade Federal de Mato Grosso realizará do dia 23 a 25 de maio um Simpósio sobre o Enfrentamento do Crack e Outras Drogas: Desastres e Desafios.
A importância desse evento extravasa as nossas fronteiras, já que o assunto é mundial.
A chamada “guerra às drogas”, exclusivamente repressiva, falhou.
Tanto os profissionais da saúde quanto a sociedade têm que estar preparados para a difícil missão de diferenciar usuários de traficantes de drogas, e como abordá-los.
O usuário deve ser tratado como uma questão de saúde e assistência pública. É o que recomenda a Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia (CBDD).
Deve ficar bem claro que a postura da Comissão de forma alguma se confunde com tolerância em relação à violência ligada ao traficante ou ao tráfico internacional de drogas, que deve ser punido com severidade, esclarece Paulo Gadelha presidente da CBDD e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A Fiocruz apresenta bons exemplos nos quesitos da AIDS e do tabagismo: “Isso porque não tratamos esses temas como tabu. Falamos abertamente, lidando com sexo, moral e religião e conseguimos informar e conscientizar a população dos riscos e prejuízos”.
Em relação ao crack, que assusta os brasileiros por sua rápida disseminação e capacidade de gerar danos, Gadelha lembrou que o enfrentamento dessa droga é uma prioridade do governo federal.
Rubem César Fernandes, diretor-executivo do Viva Rio insiste que “o problema da polícia é o bandido. Já o consumo de drogas como o álcool, o cigarro, a maconha ou o terrível crack, é um problema que tem que ser resolvido pela assistência em saúde, com acolhimento e tratamento”.
A nossa universidade, com a coordenação da Profª. Dra. Delma P.O. de Souza, do Prof. Dr. Naldson Ramos da Costa, da Profª. Dra. Samira R. Marcon e da jornalista Santíssima de Lima, realizou um trabalho belíssimo de formação de recursos humanos para enfrentar essa verdadeira guerra que é a droga.
Cabe agora aos governos decisão política de colocar em prática o que é prioridade nacional.
Aproveitar as equipes multidisciplinares que foram treinadas e oferecer condições de trabalho a esses especialistas.
No momento não temos nada que nos assegure que esse treinamento não foi mais um que ficou perdido por falta de visão dos nossos administradores.
A proposta do Simpósio é a de levar esta discussão para as escolas, igrejas, mídias, unidades de saúde e, principalmente, para dentro de casa com os nossos filhos.
As informações científicas facilitam a encontrar alternativas corretas.
As redes sociais, o Executivo, Legislativo, Judiciário e os órgãos da imprensa devem estimular este debate.
Estamos perdendo a guerra para as drogas. Estamos perdendo a nossa juventude.

Gabriel Novis Neves          
14-05-2012

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