Tenho
amizade fraternal há mais de uma década com o Chiquinho Galindo, hoje prefeito
de Cuiabá.
Homem
forjado para desafios e decisões. Humilde, educado e muito trabalhador. Desde
que chegou a Cuiabá, nunca escolheu serviço e sempre era escolhido para
administrar abacaxis.
No
maior deles estivemos juntos. Chiquinho Galindo evitou que o nosso querido e
tradicional Hospital Geral virasse mais um lixão na Rua 13 de Junho.
Quis
o destino que, pela política, chegasse a superar a sua marca de desafios,
assumindo, por renúncia do titular, a tarefa quase suicida de administrar uma
cidade há muitos anos na UTI.
Com
dedicação e uso de tecnologias de ponta, mantém a nossa ex-Cidade Verde
respirando por aparelhos.
Enquanto
há vida existe esperança, então, o Chiquinho continua trabalhando. Acaba de
vender a Estação de Tratamento de Água e Saneamento de Cuiabá.
Reconheceu
que o governo não tem condições de manter esses serviços essenciais.
Encheu
a burra da prefeitura de dinheiro e terceirizou esse crônico problema - que tem
graves repercussões na saúde pública.
O
nosso amigo Chiquinho é um incurável otimista. Acredita que, com os recursos
dos PACs, que estão encravados e, principalmente, com mais de cem obras
anunciadas pelo governo do Estado com recursos federais (sic) e com empréstimos
bancários para a Copa do Mundo, Cuiabá será uma cidade moderna.
Com
todos os problemas resolvidos, Chiquinho Galindo resolveu investir na
divulgação da sua Cidade Azul.
Chamou
a diretoria da Escola de Samba de Mangueira do Rio de Janeiro para a assinatura
do contrato de publicidade.
Cuiabá
será o enredo da Escola, e o desfile mostrará a nossa cidade para milhões de
telespectadores em mais de cento e cinquenta países.
Mas
o carnavalesco é competente, e irá, com certeza, transformar em arte todas
nossas misérias sociais.
Joãozinho
Trinta não tornou inesquecível aquele enredo dos ratos, em que o Cristo
Redentor foi obrigado pela censura a desfilar coberto com um pano preto?
Acho
que essa receita deve ser seguida pela Mangueira, mostrando Cuiabá sob uma
imensa cobertura com os dizeres: “Nossa homenagem à Cidade da Copa”.
Milhares
de turistas virão para cá a fim de descobrir o que ficou encoberto. Com certeza
as nossas riquezas minerais e terras férteis, pensarão.
Voltando
ao espetáculo no velho e obsoleto Cine Teatro Cuiabá, onde a euforia era
contagiante.
A
fina flor do samba presente na Cuiabá da dengue!
Os
diretores da Escola no palco. A minibateria toca e, como uma luz, entra no
auditório do cinema a rainha da bateria - verdadeira catedral de beleza e
sensualidade.
Na
plateia o nosso prefeito a tudo observa. A lindíssima morena convida o Chiquinho
Galindo para treinar uns passos para o desfile do próximo carnaval.
Ele
não se faz de rogado e se apresenta para enfrentar a fera. Delírio total no
público presente!
Terminadas
as demonstrações de como Cuiabá será lembrada, o Chiquinho anuncia que arrumará
parceiros para a empreitada. Manda uma mensagem à Câmara Municipal solicitando,
em regime de urgência, a abertura de um crédito de R$ 1.600 mil para despesas
não programadas – que foi aprovada na mesma hora. E entrega o cheque à Escola
da Mangueira como cheque caução.
O
restante irá depois.
O
Chiquinho continua um grande pão duro. Sambar com aquela escultura e depois
declarar um auxílio de oito milhões de reais, é inaceitável no mercado de
desfiles na Sapucaí.
Também
deixou claro que é candidato à reeleição e acredita no seu sucesso.
Não
colocaria azeitona na empada de ninguém para sambar com a morena na Sapucaí.
Gabriel
Novis Neves
11-05-2012
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