Quando
Pedro Álvares Cabral desembarcou na Bahia, os portugueses passaram a ser os
donos do Brasil.
A
ambição portuguesa era manter a imensa área conquistada, e lutaram com unhas e
dentes para preservá-la. Dividiram então o Brasil em 15 Capitanias Hereditárias
com seus respectivos donatários.
Com
o fracasso das Capitanias Hereditárias a Coroa Portuguesa criou o I Governo
Geral, e nomeou Tomé de Souza para primeiro governador geral.
Expulsamos
da nossa colônia alguns intrusos, como os franceses do Rio de Janeiro, e não
deixamos os holandeses fundarem no Maranhão a cidade de Nova York.
Com
a Independência do Brasil, inicia-se a linhagem de imperadores do Brasil,
e o primeiro foi o Imperador D.Pedro I e o segundo, D.Pedro II
No
período imperial, onde o dono do Brasil era o Imperador, tivemos pequenos
embates externos com os nossos vizinhos paraguaios e bolivianos, quando o Barão
do Rio Branco conseguiu a proeza de trocar o Estado do Acre por um cavalo e por
uma estrada de ferro assombração - chamada Madeira-Mamoré.
Com
a Proclamação da República, o Imperador voltou para a Europa e grupos
familiares passaram a se alternar no poder, mantendo o povo em verdadeiro
“Estado Curral”.
Com
essa política, conseguimos manter a nossa gente na escuridão do atraso e da
ignorância. A prosperidade era privilégio das oligarquias familiares, presentes
até hoje.
Nada
mudou muito de lá para cá. Apenas o nome das tribos.
Uma
novidade recente abalou esta nação. O Brasil mudou de dono, e o seu
proprietário encontra-se, no momento, em uma penitenciária de Brasília.
Trata-se
de um goiano muito dotado no ramo das grandes conquistas econômicas. Seu cartão
de visita é uma construtora que atende os governos federal, estadual e
municipal.
Toca
obras públicas em todo o Brasil.
Ah,
sim. É de uma enorme generosidade para com os políticos: aviões para passeios,
presentes de toda ordem, e agrados que só ele sabe fazer.
Seu
poder aumentou tanto nesses últimos dois anos, a ponto de nomear, demitir,
transferir funcionários em qualquer Estado deste país.
O
seu poder aqui em Mato Grosso é tamanho, que acabou de implodir o Partido (Não)
Republicano.
A
imprensa recebeu denúncias e resolveu investigar. Foi difícil acreditar
naqueles fatos relatados. A primeira reação dos senadores foi de apoio ao seu
colega líder da ética e zelo com as coisas públicas.
A
sequência das denúncias, de quilômetros de fitas gravadas, foi a frustração, e
a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), para
investigar o dono do Brasil.
O
povo está chamando essa CPI de comissão do rabo preso. Tem muita gente que
perdeu o cargo e não perdoa a Presidente.
Um
deputado federal, com posse marcada para um alto cargo estadual, foi detonado
por um magoado demitido. A sorte da presidente, num primeiro momento, virou
terror na vida dela.
Todos
sabem que uma campanha política é caríssima, e esse dinheiro não cai do céu.
Historicamente, são os empreiteiros, os banqueiros e os empresários os grandes
financiadores dessa farsa que são as nossas eleições.
Um
dos responsáveis pela passagem do livrinho entre os empreiteiros foi o demitido
pela presidente. Esqueceu-se que nesse caderno um dos maiores colaboradores é o
Cachoeira do presídio.
Governadores,
senadores, deputados federais e funcionários influentes do governo, dizem que
constam da relação do tal livrinho.
Com
toda essa carga genética de influência nos destinos desta nação, tenho a
impressão que essa CPI será mais uma que não vai vingar.
O
presidiário deverá ser solto, e provavelmente receberá uma dessas inúmeras
comendas que são distribuídas o ano todo.
Brasil,
pais das cachoeiras!
Gabriel
Novis Neves
25-04-2012
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