sábado, 5 de maio de 2012

Rondon


No início do século XX duas grandes obras de engenharia causavam admiração: o Canal do Panamá e as Linhas Telegráficas de Rondon. Essas obras traduziam o grande avanço da tecnologia mundial.
A obra realizada no Brasil, então um país subdesenvolvido, foi mérito, quase exclusivo, do grande pioneiro mato-grossense de Mimoso.
Rondon iniciou o seu trabalho na construção das Linhas Telegráficas em 1890, quando foi designado pelo Presidente da República Campos Sales para ligar Cuiabá-Araguaia.
Iniciava-se, com Rondon, o programa de integração nacional pelas comunicações.
Rondon foi considerado, por este trabalho, como um dos cinco maiores andarilhos do mundo – pois foi todo realizado a pé.
Este despojado militar sertanista integrou a imensa área territorial amazônica ao Brasil e aos países vizinhos, como Bolívia.
Rondon só veio a conhecer a sua primeira filha quando esta tinha dezoito anos, no Rio de Janeiro.
Em 1913 é chamado ao Rio para comandar a expedição do presidente americano ao norte de Mato Grosso.
Theodore Roosevelt encontrou o companheiro ideal para realizar os seus estudos principalmente de botânica.
O prestígio de Rondon transpunha fronteiras.
O Meridiano 52 tem o nome de Rondon. Só dois seres humanos receberam em sua homenagem um meridiano.
Em 1957 foi indicado, por Nova York, para o prêmio Nobel da Paz.
Rondon faleceu no Rio de Janeiro em 1958, e o então presidente JK usou o telégrafo para comunicar ao mundo o seu falecimento.
Após a sua morte, o nome de Rondon foi relegado ao esquecimento, juntamente com sua grande obra histórica, em nosso território.
Muitos dos males sociais e políticos da atualidade devem-se, em grande parte, a esse fato - que retirou do seu Estado e habitantes, sua forte identidade perante o resto do país e até do mundo.
O ilustre mato-grossense, grande pacificador das várias etnias existentes em nosso Estado, pela sua humildade, solidariedade e respeito ao próximo, recebeu a admiração e reconhecimento universal.
Essa imagem, entretanto, desapareceu, e os nossos jovens, e o Brasil, não sabem quem foi Rondon.
Mato Grosso perdeu muito sem essa sua referência histórica.
A Universidade Federal de Mato Grosso também perdeu com o desaparecimento da Universidade da Selva, inspirada em cima da imagem de Rondon no grande e velho Estado de Mato Grosso que produzia beleza e fascínio.
Hoje, cinco de maio, devemos lembrar esse grande brasileiro e meditar sobre o seu trabalho - de uma grandeza humana incomparável.
Rondon é exemplo para os brasileiros e, especialmente, para os mato-grossenses.

Gabriel Novis Neves
04-05-2012

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