No
início do século XX duas grandes obras de engenharia causavam admiração: o
Canal do Panamá e as Linhas Telegráficas de Rondon. Essas obras traduziam o
grande avanço da tecnologia mundial.
A
obra realizada no Brasil, então um país subdesenvolvido, foi mérito, quase
exclusivo, do grande pioneiro mato-grossense de Mimoso.
Rondon
iniciou o seu trabalho na construção das Linhas Telegráficas em 1890, quando
foi designado pelo Presidente da República Campos Sales para ligar
Cuiabá-Araguaia.
Iniciava-se,
com Rondon, o programa de integração nacional pelas comunicações.
Rondon
foi considerado, por este trabalho, como um dos cinco maiores andarilhos do
mundo – pois foi todo realizado a pé.
Este
despojado militar sertanista integrou a imensa área territorial amazônica ao
Brasil e aos países vizinhos, como Bolívia.
Rondon
só veio a conhecer a sua primeira filha quando esta tinha dezoito anos, no Rio
de Janeiro.
Em
1913 é chamado ao Rio para comandar a expedição do presidente americano ao
norte de Mato Grosso.
Theodore
Roosevelt encontrou o companheiro ideal para realizar os seus estudos
principalmente de botânica.
O
prestígio de Rondon transpunha fronteiras.
O
Meridiano 52 tem o nome de Rondon. Só dois seres humanos receberam em sua
homenagem um meridiano.
Em
1957 foi indicado, por Nova York, para o prêmio Nobel da Paz.
Rondon
faleceu no Rio de Janeiro em 1958, e o então presidente JK usou o telégrafo
para comunicar ao mundo o seu falecimento.
Após
a sua morte, o nome de Rondon foi relegado ao esquecimento, juntamente com sua
grande obra histórica, em nosso território.
Muitos
dos males sociais e políticos da atualidade devem-se, em grande parte, a esse
fato - que retirou do seu Estado e habitantes, sua forte identidade perante o
resto do país e até do mundo.
O
ilustre mato-grossense, grande pacificador das várias etnias existentes em
nosso Estado, pela sua humildade, solidariedade e respeito ao próximo, recebeu
a admiração e reconhecimento universal.
Essa
imagem, entretanto, desapareceu, e os nossos jovens, e o Brasil, não sabem quem
foi Rondon.
Mato
Grosso perdeu muito sem essa sua referência histórica.
A
Universidade Federal de Mato Grosso também perdeu com o desaparecimento da
Universidade da Selva, inspirada em cima da imagem de Rondon no grande e velho
Estado de Mato Grosso que produzia beleza e fascínio.
Hoje,
cinco de maio, devemos lembrar esse grande brasileiro e meditar sobre o seu
trabalho - de uma grandeza humana incomparável.
Rondon
é exemplo para os brasileiros e, especialmente, para os mato-grossenses.
Gabriel
Novis Neves
04-05-2012
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