domingo, 27 de maio de 2012

PSF


O Programa Saúde da Família (PSF) se funcionasse como foi planejado, seria o ponto de partida para a cruzada da guerra contra as drogas.
Infelizmente, na maioria das suas equipes, não se considera o perfil profissional dos seus integrantes, e, sim, as indicações políticas.
Essa constatação não precisa ser feita por nenhuma empresa de pesquisa – basta somente uma visita a essas unidades de saúde.
É triste, mas é isso que acontece com o silêncio da sociedade despreparada para causas sociais.
“Ninguém sabe como se aproximar de um usuário de crack, ou de outras drogas, e nem com suas famílias.”
Políticas nacionais sobre drogas existem há anos no Brasil, mas, como sempre não são cumpridas, fica por isso mesmo.
O processo de recuperação do dependente químico inicia-se exatamente nas Unidades do Programa Saúde da Família.
A Universidade Federal de Mato Grosso acaba de preparar profissionais para as equipes multidisciplinares, que realizarão seus trabalhos nas comunidades, se o governo não lotear as equipes com os seus cabos eleitorais.
O grande problema não é “apenas o de curar a doença, mas sim, preveni-la e promover a saúde. Ou seja, compreende-se a saúde de uma maneira ampla.”
Essas equipes da Saúde da Família são compostas por um médico, uma enfermeira, um técnico em enfermagem e seis agentes comunitários de saúde, que são, impreterivelmente, moradores da comunidade em que trabalham.
Cada agente comunitário de saúde acompanha em torno de cento e sessenta famílias.
“Isto possibilita que os profissionais possam acompanhar rotineiramente suas famílias cadastradas. Cada equipe atende de 3.500 a 4.000 habitantes.”
Para que isso acontecesse em Cuiabá, precisaríamos de 150 equipes com esse perfil.
Na situação atual é bobagem dizer que Mato Grosso está engajado no programa prioritário nacional de combate às drogas, e a população tem que saber da nossa realidade de extrema vulnerabilidade à doença do século.
Em compensação, todos os esforços financeiros do falido Tesouro do Estado, estão sendo utilizados para construir um campo de futebol.
Questão de opção. Ficamos com o circo. Continuamos a perder a nossa maior riqueza, que são as nossas crianças, para as drogas ilícitas.

Gabriel Novis Neves
16-05-2012

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