Acabei
de ler o jornal da minha cidade. Encontrei tantas verdades dolorosas que pensei
em encontrar um jornal de mentiras gostosas. O pior é que essas notícias são
diárias e repetidas à exaustão, somente com atores e cenários diferentes.
Assim
como eu, a população está intoxicada com tanta desgraça. Nem nas páginas
de anúncios classificados encontro algo útil.
Gostaria
de ter o desprendimento de alguns amigos, que há muito tempo deixaram o hábito
da leitura dos jornais.
As
notícias atuais são tão absurdas no sentido ético comportamental, que a vontade
é afastar esse cálice de mim, como há anos disse Chico Buarque. Seria covardia
da minha parte ignorar a podridão que nos cerca e que produz tantos efeitos
letais nos jovens.
Tudo
tem um preço e tudo é vendido nesta cidade do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Por
exemplo: a velocidade do andamento de um processo administrativo, um pregão
para qualquer coisa necessária ao governo do Estado e até uma vaga para ocupar
certos cargos bem remunerados e vitalícios.
Todas
as falcatruas são consideradas normais - e bandido é tomar banho de cachoeira.
Perdemos a guerra para a hipocrisia, símbolo da nossa moderna sociedade -
sempre com as honrosas exceções.
É
importante não colocar todos no mesmo saco, como se faz na política.
Conheço
verdadeiros heróis de verdade que, anonimamente, perambulam pelas ruas desta
cidade, hoje cheia de equívocos históricos.
Fotografo
o início e o final do dia cuiabano. Quanta beleza existe no céu! Não seria
capaz de descrever em um artigo as maravilhas do nosso teto infinito.
O
sol, a lua - em qualquer das suas fases -, o azul tão comum por aqui, as nuvens
com as suas variações e danças, chuvas, raios, trovões e o arco Iris. A noite
escura, as estrelas, a lua e os seus mistérios. A escuridão e o silêncio da
noite.
Os
pássaros do dia e os da noite. As máquinas voadoras, que à noite chegam a se
confundir com as estrelas. A inspiração, que só a noite consegue produzir.
Olhar
para o firmamento causa-me um estado de exaltação indefinível.
Sei
que muitas pessoas ainda não perceberam que a beleza do espaço celeste nos
convida à contemplação e ao relaxamento. É a correria da vida moderna –
justificam. O que é terrivelmente lastimável.
Ah!
Se descobrissem essas belezas bem ao nosso alcance, muitos dos seus males
seriam curados.
O
mundo terrestre, não é encantador. É onde brotam as misérias humanas, que se
perpetuam com suas profundas raízes.
As
belezas de cima não têm limites – nem preço.
Gabriel
Novis Neves
23-04-2012
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