Muitos
nascem, crescem, constituem família, e não perdem a utopia da felicidade
eterna, que só existe entre as crianças.
O
poeta amazônico Thiago de Melo, em um de seus versos diz que “gostaria que um
adulto confiasse em outro adulto, como uma criança confia em outra criança”.
Pura
poesia para uma profunda reflexão no mundo em que vivemos, e que sempre foi
assim desde os mais remotos tempos bíblicos.
Como
então enfrentar tanta crueldade durante a nossa passagem por aqui?
Muitos
aceitaram as regras impostas pela sociedade materialista dominante.
Pensamos
que durante a nossa estada pela Terra, deveríamos deixar um legado de
realizações para melhorar a vida de futuras gerações.
Nada
disso se viabilizará, porque é uma utopia, privilégio das crianças.
O
jeito é aceitarmos que nossos pais não serão eternos, nossos corpos
envelhecerão e não seremos imortais.
Também
não somos donos de nada, desde a casa onde moramos - que um dia terá um novo
morador - assim como nossos bens materiais acumulados, sacrificando lazeres e
prazeres. Até as nossas plantas morrem.
Nada
nos pertence.
Nossos
filhos escolherão os seus caminhos e a família vai se esvaziando, não raro
ficando reduzida a apenas um integrante.
Nossas
fragilidades ficam expostas. Temos que aceitá-las para deixar de sofrer.
Apaguemos
as amarras existentes dentro de nós, a procura da liberdade perdida com o nosso
consentimento.
O
mundo continua. Nós seremos esquecidos. Simplesmente passamos por ele.
Resta-nos
abrir os braços em busca da PAZ que, quem sabe um dia, será encontrada em algum lugar do Planeta.
Assim
vivemos. Sempre em busca da felicidade, essa utopia das crianças!
Gabriel
Novis Neves
06-05-2014
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