Demóstenes
foi um proeminente orador e político grego de Atenas. Aprendeu retórica
estudando os discursos dos grandes oradores do seu pais e sua formação cultural
era ampla, sendo um apaixonado pelo direito.
Embora
fosse gago, se tornou um grande orador.
Participou de uma revolta e como ficou do lado perdedor, foi cercado por
soldados. Como era comum nessa época, pratica o suicídio por meio da ingestão
de veneno, tudo numa pequena ilha vizinha.
Sua
fama de homem ético, correto, intelectual, orador e político, atravessou
fronteiras e séculos.
As
famílias com acesso aos livros começaram a idolatrar aquela personalidade e,
como de hábito até os nossos dias, colocavam em seus filhos o nome dos mitos.
É
um nome elitista, mas, ainda encontramos em nosso meio, particularmente entre
políticos.
Há
pouco tempo existia no nosso Congresso Nacional, um senador com esse nome.
Tanto se destacou não só na defesa dos bons costumes como através de grande erudição, foi credenciado
como o principal nome das oposições para
disputar a Presidência da República.
Grande
tribuno, com poder de conhecimento, fez escola entre seus colegas mais jovens,
encantando a todos.
Era
o cara, diziam seus inúmeros seguidores.
Eu
estava decidido a votar no sábio do Congresso Nacional, diante de tantas
frustrações com as outras categorias profissionais que passaram pelo cargo e
pouco ou nada fizeram pelo nosso desenvolvimento.
Quando
tudo encaminhava para esse desiderato glorioso, numa dessas operações, sua
eminência é capturada pela Polícia Federal.
Abandonado
pelos seus inúmeros admiradores que se sentiram traídos, perde o mandato de
senador e do outro cargo que conquistara no Poder Judiciário por concurso.
Solitário, inicia a luta contra processos judiciais, vivendo no ostracismo.
Por
não ser grego, preferiu o suicídio moral ao físico, ficando condenado ao
desprezo da nossa população.
Antes
de Cristo, os valores eram outros e homens de bem não suportavam a morte moral.
É
a história antes de Cristo a nos ensinar nos dias de hoje.
Os
investigadores da respeitada Polícia Federal onde o ingresso na corporação é
pelo difícil e competitivo concurso, acaba de demonstrar a sua independência,
prendendo no Rio de Janeiro um dos diretores da Petrobrás, em uma operação
contra a corrupção naquela estatal.
Estamos
observando o desenrolar da operação Ararath.
A
mídia local já divulgou em linguagem cifrada que só os entendidos traduzem, que
um novo Demóstenes caminha para o seu triste destino.
Se
isso acontecer, passo a acreditar em certas maldições, que acometem políticos
brilhantes.
Na
rua comentam sobre uma certa história de “maldição de Demóstenes”.
Torço
para que tudo seja um enorme equívoco divulgado nos jornais.
Do
contrário, permaneceremos nas mãos dos reconhecidos aproveitadores da falta de
estudo da nossa população.
Gabriel Novis Neves
22-04-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.