quarta-feira, 7 de maio de 2014

Tudo pelo social

Recebi da presidente do Sindicato dos Médicos de MT importantes dados do Tribunal de Contas da União (TCU) que retrata o estado de calamidade pela qual passa a nossa Saúde Pública.
Informações impressionantes e recentes demonstram a ausência total do governo neste importante setor social, descumprindo normas constitucionais que deveriam ser respeitadas. A nossa Carta Magna diz claramente que “Saúde é direito de todos e dever do Estado”.
A nossa realidade é bem diferente.
A cada duas horas um leito hospitalar é fechado no Sistema Único de Saúde (SUS), mantendo a saúde pública como o nosso maior problema. A taxa de reprovação popular é, em média, de setenta por cento, e com razão.
Lamentavelmente, no Palácio do Planalto a visão não é essa, e sim, de uma euforia de conquistas sem precedentes com o aluguel de médicos cubanos por prazo determinado.
Na verdade, este governo passou o seu mandato desativando doze leitos hospitalares por dia, segundo pesquisa do Ibope realizada em dezembro passado. Em um país onde, de dez brasileiros sete dependem integralmente da rede pública de serviços, este quadro é uma verdadeira calamidade pública.
Esse filme de terror já foi visto aqui em nosso Estado. Tanto é assim que um governador já ganhou o prêmio de maior “fechador” de hospitais da nossa história e de “diminuidor” de leitos hospitalares públicos e privados.
Técnicos do TCU nos últimos doze meses visitaram cento e dezesseis hospitais do Rio Grande do Sul ao Amapá.  Após as visitas, chegaram à conclusão que “falta governo na saúde pública”.
As estruturas físicas são obsoletas e inadequadas, o atendimento médico não é humanizado, a desorganização na compra de medicamentos é alarmante, cujos preços, na maioria das unidades, estão acima da média internacional.
A falta de medicamentos essenciais é uma constante, e este marcador é o maior avaliador do compromisso social de um governo.
A atenção dos técnicos visitadores também foi calcada no desperdício do dinheiro público em determinados programas institucionais inventados por marqueteiros.
Exemplo disso: o falido projeto do cartão SUS. Duzentos e cinquenta milhões de reais foram jogados no esgoto, dele restando somente um cadastro de endereços de usuários.
O preocupante para quem não está no topo da pirâmide econômica do poder - a grande maioria - é ter de assistir passivamente o entra sai de governo de incompetentes e oportunistas, que faz com que "avancemos"... caminhando para trás.
A esperança de um país mais justo, voltado para as causas sociais, está ficando na linha do horizonte.
Saúde voltará a ser lembrada somente no Horário Político Gratuito do Tribunal Superior Eleitoral.
Belos e emocionantes discursos de promessa serão apresentados em defesa da nossa moribunda saúde pelos candidatos, cuja validade termina com abertura das urnas eletrônicas.
Depois tudo volta a mesma inhanha.
Até quando suportaremos humilhações?
As inúmeras manifestações de rua traduzem a impaciência da nossa população com tamanho desdém das autoridades com a coisa pública
A Copa do Mundo com seus gastos fora do controle tende a produzir tensões sociais durante os jogos.
É incrível saber que o destino desta riquíssima nação depende do resultado do futebol.
Enfim, plantamos, e estamos colhendo.

Gabriel Novis Neves
30-04-2014

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