Em
determinadas ocasiões a prorrogação é um presente e em outras um castigo.
Uma
vida que ultrapassa, estatisticamente, os limites da sua expectativa é um
presente especial com corpo e mente saudáveis.
Dimensão
diversa, por exemplo, daquele time de futebol que perdendo nos momentos finais
necessita do tempo necessário para um gol salvador.
Mais
drástico ainda quando nos aportamos aos nossos pacientes terminais, onde o
tempo de prorrogação só existe para satisfazer a esperança, último dos nossos
sentimentos.
Conversando
com colegas de faculdade, todos da mesma faixa etária, percebi que há
unanimidade em aceitar, com grandeza, a perspectiva do fim do nosso prazo de
validade.
Na
vida corremos muitos riscos, mas não corrê-los é não viver.
Esse
tempo de prorrogação, aliás, é um grande prêmio para todos nós, extremamente
auxiliados pela profissão que abraçamos.
Resta-nos
agradecer à mãe natureza, responsável
maior por estarmos participando desse seleto grupo.
Nesse
mistério que caracteriza a vida é fundamental que avaliemos e usufruamos desse
tempo de prorrogação do encerramento do nosso ciclo vital.
Gabriel Novis Neves
02-04-2014
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