Assisti
pela televisão uma entrevista com o Coordenador Nacional do Movimento dos Sem
Teto. Fiquei surpreso com o currículo do rapaz. Formado em filosofia e
psicanálise. É professor.
Abandonou
sua profissão pra ser militante junto aos milhares de miseráveis sem abrigo: os
sem casa, os que vivem em condições desumanas em quartos de cortiço
superlotados e os que pagam aluguéis em abrigos incompatíveis com seus
rendimentos.
Com
uma boa bagagem cultural, logo Guilherme Boulus chegou à condição de líder
nacional. Bem articulado, falando bem e fluentemente, sem machucar nosso
idioma, está longe daquele biotipo queimaginávamos para comandar esse segmento
da nossa sociedade.
Têm
planos e metas com objetivos bem definidos para os moradores sem teto, que não
se resumem em um quarto, mas emmelhorias da qualidade de vida para os seus.
Deseja
que seus filhos tenham as mesmas oportunidades dos filhos dos ricos. Acredita
que o nosso modelo político chegou a
exaustão e que novos caminhos deverão ser procurados fora domodelo atual,
respeitando as leis e as instituições.
Os
movimentos sociais têm propostas esoluções para os principais problemas que
afligem uma grande parcela da população.No entanto, não são sequer ouvidos. Ou,
se ouvidos, nenhuma iniciativa por parte do governo é observada para aliviar o
sofrimento dos mais necessitados.
No
caso específico dos “sem teto”, todo mundo sabe que o governo está envolvido
com as grandes empreiteiras,construtores, proprietários de terras que, na sua
imensa generosidade, são os grandes financiadores das campanhas políticas.
Programa
tipo “Minha Casa Minha Vida”da Caixa Econômica Federal, longe de ajudar os sem
teto, cada vez mais o marginaliza, pois os joga em terrenos “supervalorizados”
nos cafundós do Judas,de propriedade de empresários que obtêm lucros
fantásticos.
Aquela
gente “assentada” sem saneamento básico, saúde, educação, creche, transporte,
segurança e trabalho, acaba abandonando “esse paraíso” e volta para a periferia
das cidades, perto do seu sustento.
Precisamos
urgentemente, não de trocar pessoas ou partidos no poder, mas de uma nova
proposta democrática de governar com todos e para todos.
Enquanto
essa injustiça não for corrigida o prognóstico desta nação não será dos mais
tranquilos.
Os
conflitos sociais prometem recrudescer.
O período dos jogos da Copa será a grande vitrine para o mundo saber
como vivemos e, principalmente, como tratamos nossos pobres,crianças e idosos.
Há
um medo generalizado neste país. O governo investirá para segurança durante a
Copa cerca de dois bilhões de reais.
A
rua não é mais do povo, e quando issoacontece é o caos. Está instalada a
segregação entre ricos e pobres.
Diante
de toda essa gravidade social, as elites políticas discutem alianças
partidárias para as próximas eleições.
Precisamos
implantar um regime democrático para os tempos atuais respeitando os princípios
republicanos com justiça social.
Gabriel
Novis Neves
16-05-2014
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