Você
já conseguiu se vacinar contra a gripe atendendo ao apelo da Campanha do
Ministério da Saúde?
Há
uma preocupação dos agentes da vigilância em saúde porque essa ação simples e
preventiva é um dos carros-chefe do ineficiente ministério.
Aqui
em Mato Grosso, apesar de todo o apoio da mídia, a adesão ao programa não
chegou nem aos cinquenta por cento das pessoas aptas a receber a vacina
gratuitamente nos postos de saúde do SUS, e já estamos no período da
prorrogação da campanha.
Vacinas
existem, entretanto, múltiplos fatores influenciaram a população para desistir
dos apelos midiáticos insistentes.
O
pior é que o ministério, agora muito mais interessado em números e estatísticas
para fins eleitoreiros, cobra um melhor desempenho das nossas autoridades
locais.
Acontece
que a população, através da mídia, já sabe que dos mais de duzentos vírus
causadores dessa patologia, a vacina só é útil para três deles. Por isso são
frequentes as reclamações de vacinados que contraem a gripe.
Os
vírus sofrem dia a dia mutações que nossos progressos em pesquisas com as
vacinas não conseguem acompanhar.
O
poder público falha no seu papel educativo de esclarecer a nossa população,
gerando frustrações e descrenças das iniciativas governamentais.
Existem
vacinas de efeito perene, como no caso da paralisia infantil, onde a imunização
é definitiva. Não é o caso da antigripal. Como eu trabalho em ambiente
hospitalar e já estou na “melhor idade”, compareci, como de costume, no Posto
de Saúde da Lixeira do SUS, onde sempre me vacinei - mesmo sabendo das
limitações a que estava sujeito.
É
preciso que as pessoas sejam tratadas sempre com dignidade, sempre cientes da
verdade, e não mais como era tratada a "carneirada” antes do acesso ao mundo digital.
Em
pleno horário de expediente encontrei o postinho às moscas.
Fui
ao setor de vacinação e identifiquei-me como “paciente de risco” para prevenção
contra o vírus.
A
educada e humilde servidora disse-me que a única geladeira do posto há muito
tempo estava estragada e que apenas duas vezes por semana os funcionários da
Vigilância Epidemiológica traziam em caixas térmicas as vacinas para atender
alguém que, porventura, estivesse por lá.
Assim
funciona na verdade a nossa saúde pública: dependendo do reparo ou aquisição de
uma nova geladeira para vacinar os pacientes de risco para a infecção gripal,
que lotam nossos insuficientes postos de saúde sempre sem médicos.
Quando
o povo sai às ruas manifestando suas insatisfações são taxados de baderneiros,
e logo vem a repressão com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo.
A
cidade da Copa não possui uma simples geladeira em um dos seus postos de saúde.
E os outros? Certamente não estarão em melhores condições.
Quem
são os responsáveis pela calamidade em que se encontra nossa cidade?
Provavelmente
os pacientes que procuram atendimento preventivo.
Gabriel
Novis Neves
16-05-2014
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