sexta-feira, 23 de maio de 2014

Vacinação

Você já conseguiu se vacinar contra a gripe atendendo ao apelo da Campanha do Ministério da Saúde?
Há uma preocupação dos agentes da vigilância em saúde porque essa ação simples e preventiva é um dos carros-chefe do ineficiente ministério.
Aqui em Mato Grosso, apesar de todo o apoio da mídia, a adesão ao programa não chegou nem aos cinquenta por cento das pessoas aptas a receber a vacina gratuitamente nos postos de saúde do SUS, e já estamos no período da prorrogação da campanha.
Vacinas existem, entretanto, múltiplos fatores influenciaram a população para desistir dos apelos midiáticos insistentes.
O pior é que o ministério, agora muito mais interessado em números e estatísticas para fins eleitoreiros, cobra um melhor desempenho das nossas autoridades locais.
Acontece que a população, através da mídia, já sabe que dos mais de duzentos vírus causadores dessa patologia, a vacina só é útil para três deles. Por isso são frequentes as reclamações de vacinados que contraem a gripe.
Os vírus sofrem dia a dia mutações que nossos progressos em pesquisas com as vacinas não conseguem acompanhar.
O poder público falha no seu papel educativo de esclarecer a nossa população, gerando frustrações e descrenças das iniciativas governamentais.
Existem vacinas de efeito perene, como no caso da paralisia infantil, onde a imunização é definitiva. Não é o caso da antigripal. Como eu trabalho em ambiente hospitalar e já estou na “melhor idade”, compareci, como de costume, no Posto de Saúde da Lixeira do SUS, onde sempre me vacinei - mesmo sabendo das limitações a que estava sujeito.
É preciso que as pessoas sejam tratadas sempre com dignidade, sempre cientes da verdade, e não mais como era tratada a "carneirada”  antes do acesso ao mundo digital.
Em pleno horário de expediente encontrei o postinho às moscas.
Fui ao setor de vacinação e identifiquei-me como “paciente de risco” para prevenção contra o vírus.
A educada e humilde servidora disse-me que a única geladeira do posto há muito tempo estava estragada e que apenas duas vezes por semana os funcionários da Vigilância Epidemiológica traziam em caixas térmicas as vacinas para atender alguém que, porventura, estivesse por lá.
Assim funciona na verdade a nossa saúde pública: dependendo do reparo ou aquisição de uma nova geladeira para vacinar os pacientes de risco para a infecção gripal, que lotam nossos insuficientes postos de saúde sempre sem médicos.
Quando o povo sai às ruas manifestando suas insatisfações são taxados de baderneiros, e logo vem a repressão com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo.
A cidade da Copa não possui uma simples geladeira em um dos seus postos de saúde. E os outros? Certamente não estarão em melhores condições.
Quem são os responsáveis pela calamidade em que se encontra nossa cidade?
Provavelmente os pacientes que procuram atendimento preventivo.

Gabriel Novis Neves
16-05-2014

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