De
um modo geral o brasileiro sofre dessa patologia - onde o bom é sempre de marca
estrangeira. Ultimamente tenho viajado em aviões da Embraer, mas o preferido
pela maioria são as máquinas francesas e americanas.
Considero
essa manifestação de preferência à herança colonialista, muito difícil de
apagar.
Reconheço
que sem pesquisa e produção de ciência e tecnologia, bens indispensáveis a uma
nação civilizada, o Brasil ficará sempre a reboque dos países que investem em
educação.
Os
países ditos do primeiro mundo são os mais atentos nessa área e, por isso,
julgados como os donos do nosso Planeta.
Somos
considerados os melhores do mundo em carnaval, venda de jogadores de futebol,
violência e corrupção - com a inseparável impunidade.
Temos
ilhas de excelência em determinadas atividades, como a medicina para poucos em
centros médicos de referência mundial.
Mas,
na educação, saúde, ciência, tecnologia, emprego e condições de vida e
trabalho, nós estamos numa escala bem inferior em relação a muitos países.
Precisamos
exorcizar a demagogia da apologia da irracionalidade e investir,
prioritariamente, na indústria do conhecimento e saberes.
Vivemos
o paradoxo de termos centros médicos produzindo a melhor medicina do mundo e,
ao mesmo tempo, importando milhares de médicos (?) cubanos para ocupar grandes
espaços do nosso território sem nenhum desse profissional - em um país com
duzentas e vinte e oito escolas médicas, perdendo apenas para a China, com mais
de um bilhão de habitantes.
Os
Estados Unidos da América do Norte possui um pouco mais de cem faculdades de
medicina, para uma população de trezentos milhões de habitantes.
Enfim,
a nossa cultura é de valorização daquilo que é feito fora do país, pois não
fazemos o simples dever de casa.
Continuaremos
com esse complexo de inferioridade enquanto demonstrarmos incompetência nas
nossas mínimas obrigações constitucionais.
Precisamos
de um governo “padrão FIFA”, onde tudo é do primeiro mundo.
Gabriel Novis Neves
02-04-2014
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