O
senador Cristovam Buarque, homem público e educador por ofício, certa ocasião
candidatou-se à Presidência da República por um partido democrata e socialista,
cuja principal bandeira era a educação.
Pois
bem, em uma nação sem educação o ex-reitor da Universidade de Brasília obteve
2% dos votos dos brasileiros, cuja maioria dos seus filhos estava fora da
escola e, onde somos os campeões mundiais de analfabetos funcionais.
Facilmente
foi ultrapassado por homens de dinheiro e, fragorosamente derrotado por um autodidata,
que de herança nos deixou o atraso na educação, fator decisivo no
desenvolvimento de uma nação.
Recentemente,
em entrevista afirmou o senador que “a preferência nas pesquisas pelo voto
nulo, pelo voto branco, é uma tragédia nacional! É o descontentamento com as
lideranças políticas”.
Caro
professor Cristovam, o povo não acredita mais nos candidatos e, políticos de um
modo geral. Clama por mudanças desse
modelo político perverso que foi implantado neste país, que governa e
privilegia poucos. A conhecida panelinha.
Como
não há sinais de alterações nesse injusto modo de governar, como resultado
temos a silenciosa revolta dos votos nulos e brancos.
Isso
é fácil de constatar por ser uma vocação nacional, viajando de táxi e,
conversando com os motoristas.
A
antiga esperança desses trabalhadores foi substituída pelo sentimento da
traição, de alguém que foi “colocado lá” e os abandonou.
O
desencanto com os nossos políticos, com raríssimas exceções para confirmar a
regra, é uma unanimidade.
Os
trabalhadores sentem-se enganados pelos últimos governos, que diziam
representá-los.
“Lá”
se uniram com homens de negócios e com a escória da política brasileira,
artifícios outrora condenados por esses ocupantes que chegaram empunhando a
bandeira da ética e das mudanças.
Cedo
a população brasileira percebeu a mutação desse grupo que tinha o mesmo
objetivo dos seus antecessores: a permanência no poder pelo poder e suas
benesses.
O
desânimo da nossa população para as próximas eleições para Presidente da
República, governadores, deputados federais e estaduais é lamentável.
Nem
marqueteiro-viagra conseguirá levantar a autoestima e a confiança do nosso povo
nas propostas que ouviremos (alguns), durante o período eleitoral.
Para
complicar mais este estado de letargia, teremos como aperitivo os absurdos
gastos com a Copa e os inevitáveis confrontos da polícia com os manifestantes
de rua. Os ensaios já começaram e prometem.
Uma
mudança no nosso arcaico-viciado e casuístico sistema político exige bom nível
educacional para todos e, consciência de que não se faz omelete sem quebrar
ovos.
Somos
uma republiqueta corrupta, atrasada, sem educação e luz no final do túnel,
mesmo com os holofotes dos jogos da Copa.
Voto
nulo e em branco, infelizmente, são armas que serão utilizadas contra a
insegurança pública, o medo, os conflitos sociais, e principalmente contra a
prática da corrupção institucionalizada, tendo a impunidade como lema.
O
ideal seria que pudéssemos confiar nos nossos eleitos, mas isso já não nos
parece viável nos dias atuais.
Sonhamos
com um Brasil melhor.
Gabriel
Novis Neves
11-05-2014
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