É
simples: ou você tem ou não tem razão. É importante essa flexibilidade
conceitual para que a razão apareça para aquele que tem a razão.
O
diálogo e, principalmente, a franqueza, são peças essenciais nessa aprendizagem
à busca da razão. As pessoas precisam entender certas decisões, pois, atrás
delas está a razão de quem decidiu e as condições em que foram tomadas.
As
decisões morais são processadas pela mente humana, argumentam os cientistas. Na
procura da razão, obrigatoriamente passamos pelo apaixonante e sempre moderno
tema sobre o que é certo ou errado.
Joshuna
Greene, da Universidade de Harvard, tenta explicar esses dilemas conjugando
filosofia e neurociência em seu livro, Tribos Morais.
“Temos duas maneiras de pensar, cuja resposta
para a mesma situação muda de cenário, segundo o estado emocional no momento
das decisões, pela evolução biológica do ser humano, seja pelo aprendizado,
pela cultura ou pela experiência” - afirma o cientista.
Adianta
também que “nossas emoções morais não evoluíram para solucionar problemas que
dizem respeito aos outros”.
Nem
Aristóteles respondeu eticamente, por exemplo, se praticar o aborto é certo ou
errado. “Sobre temas controversos prevalecem nossos sentimentos pessoais”, o
que é a mais pura das verdades, com toda a razão.
Para
se chegar próximo ao certo ou ao errado, o caminho mais indicado é levar ao
conhecimento de certas pessoas fatos que contrariam a sua visão.
Quando
os acontecimentos são levados a sério está-se avançando rumo a uma solução.
Entretanto,
quando notamos que os fatos apresentados são descartados ou simplesmente
ignorados, quem domina a cena são os argumentos.
O
interessante é que muitas vezes os fatos mostram que os argumentos não são
satisfatórios para se classificar um ato como certo ou errado.
É
o caso do aborto. Há séculos fatos são apresentados, mas agora o Papa Chico
avançou na solução desse problema descartando os argumentos.
Desejamos
um mundo sem preconceitos, muitas vezes confundidos com direitos - “que são um
modo disfarçado de expressar nossos sentimentos sobre temas controversos”.
É
urgente que o governo invista mais em educação para que possamos participar da
discussão de temas históricos que atormentam a humanidade.
Precisa
ser desconstruído o existente monopólio da razão criado por mentes, algumas
vezes, doentias.
Gabriel
Novis Neves
20-03-2014
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