quinta-feira, 29 de maio de 2014

Jornal de domingo

Está cheio de notícias sobre os últimos acontecimentos que abalaram esta cidade, não pela surpresa dos fatos, mas pelo atraso da Operação Ararath.
Agora sabemos com detalhes o que acontecia por aqui devido aos esclarecimentos dos personagens, sucessores sofisticados do império que caiu com a operação conhecida como Arca de Noé.
Nada sobre a data religiosa de hoje, em que se comemora Nossa Senhora Auxiliadora, em cidade predominantemente católica como Cuiabá.
É de estarrecer a promiscuidade dos nossos governantes com os integrantes do crime organizado.
Agora que a vaca foi para o brejo todos estão desencantados da vida glamorosa que viviam.
Empresários de fundo de quintal, em uma década exercendo cargos públicos de grande visibilidade neste Estado Curral, tornaram-se “legalmente” bilionários frequentando, como exemplo de eficiência e sucesso, as melhores revistas de economia.
Infelizmente essas produtividades assustadoras em seus negócios privados nunca foram reprisadas na gestão pública, sendo exemplo de fracasso.
O rei está nu! Fatos estranhos no mundo dos “negócios” estão acontecendo. Nunca se viu alguém ter a coragem de fazer uma delação premiada e apresentar tantos detalhes, alguns falsos, com a intenção nítida de atingir desafetos, agora em ampla divulgação pela mídia.
Coisas estarrecedoras!
Muitos foram enganados pelos falsos profetas e milagreiros, elegendo-os para os cargos majoritários que ainda exercem.
Distribuíam pequenas migalhas para calar seus seguidores.
O que será deste Estado colosso após estas investigações que atingiram todos os poderes constituídos? Jamais voltará a ser o mesmo inocente útil – assim esperamos.
O pior é que não preparamos a nossa juventude para o exercício da sua cidadania.
O futuro nos apavora. Somos um Estado rico em produção de alimentos para o mundo e pobre em homens para tomar conta de uma pequena cidade localizada estrategicamente no Centro Geodésico da América do Sul, com cerca de seiscentos mil habitantes.
A geração que está no poder já provou que pode voltar tranquilamente para casa e usufruir tudo que amealhou com “muito trabalho”.
Perdemos o trem da modernidade abandonando a educação dos nossos jovens. Com certeza retrocedemos e precisaremos de um império de tutores.
A podridão dos costumes tomou conta do nosso ecológico Estado.
Queremos um povo feliz, e a felicidade exige sacrifícios para ser alcançada, com quebra de paradigmas e novas lideranças.

Gabriel Novis Neves
25-05-2014

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