Tantas
vezes confundida com arrogância e prepotência, a timidez é um grande empecilho
no que se refere à capacidade de comunicação de cada um.
Pessoas
excessivamente tímidas são, frequentemente, consideradas distantes e
antipáticas. No entanto, estão apenas se protegendo de um mundo que para elas é
hostil e ameaçador.
Quando
logramos romper a carapaça que as envolve, geralmente se mostram agradáveis,
intensas e frágeis.
São
presas fáceis para qualquer tipo de estímulo que as tornem mais livres e
efusivas. Bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de droga devem ser sempre
mantidos à distância, dada a grande facilidade com que a eles se entregam,
sempre na ânsia de liberar uma
personalidade que, por insegurança, tentam esconder.
Estão
sempre procurando exorcizar o estado de desinteresse aparente que os
caracterizam e que os flagelam.
A
meta das pessoas tímidas é sempre a liberação de uma censura rígida, sempre por
elas mesmas impostas.
Muito
comum vermos homens discretos se transformarem em grandes galanteadores após a
ingestão de bebida alcoólica. Sua personalidade é de tal forma alterada que,
para quem não os conhece, são os desinibidos perfeitos.
Tímidos,
de um modo geral, são pessoas muito confiáveis. Sempre exigem de si
comportamentos muito lineares, sempre coerentes com o bem estar alheio, em
geral sua maior preocupação.
Falando
menos e observando mais, o único mal que fazem é a si mesmo, já que não
conseguem mostrar ao “outro” o grande potencial que acumularam durante a vida,
não apenas no tocante às ações, mas, principalmente, às ideias.
Geralmente
são grandes apreciadores da natureza e das coisas simples da vida.
Não
por acaso, os grandes poetas, escritores e os envolvidos com as outras artes em
geral, se enquadram nesse perfil, quero dizer, os verdadeiros poetas da vida.
Aqueles que não estão interessados no reconhecimento alheio de sua obra, até
porque, sua maior dificuldade, é o próprio reconhecimento.
No
mundo atual, em que o importante é “parecer” e não “ser”, com certeza os exibidos
e os marqueteiros se dão bem melhor em
suas carreiras, já que usam de todos os meios disponíveis para a divulgação de
seu pseudotalento e de sua pseudo-obra. Os exemplos estão aí para serem vistos
por quem se interessar, principalmente na literatura.
Podemos
dizer que nesse mundo do faz de conta, raramente os tímidos conseguem o dito
“sucesso”.
São
apenas valorizados e entendidos pelos que, como eles, não precisam da aprovação
pública para se sentir plenos, ou seja, pelos raros portadores de uma boa
autoestima.
A
sociedade em que vivemos, com os seus meios arcaicos de educação, não costuma
propiciar muito isso.
Gabriel
Novis Neves
10-03-2014
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