quinta-feira, 17 de abril de 2014

DISCUTIR A RELAÇÃO

Mais conhecida como “DR”. É o terror dos homens e o sonho de quase toda mulher.
Nos dias atuais, em que a mulher já se mostra bem menos reprimida que outrora, é como se ela precisasse  de seu parceiro uma intimidade  bem maior que aquela somente física.
Os homens, ao contrário, mais lineares e menos falantes, condicionados pela cultura machista, apenas começam a se habituar ao convívio com essa nova mulher, mais exigente nas suas demandas. Chegando sempre despreparados, temerosos, são surpreendidos por parceiras que já tem pronto todo um discurso muito bem preparado e fartamente discutido anteriormente com amigas.
Dessa defasagem surgem, às vezes, situações desconfortáveis para ambos.
A preparação do homem para essa nova companheira cônscia de  sua posição na sociedade moderna tem sido lenta e dolorosa.
Imagino, porém, que só assim poderão surgir os verdadeiros encontros entre os sexos, já que as gerações passadas estavam habituadas a conviver num clima de muita  hipocrisia e pouca intimidade. Isso acabava contaminando a prole, que era criada como se tudo à volta fosse um mundo de sonhos, totalmente dissociado da realidade  dos sentimentos que emanavam daquele clã.
Com a percepção da distância entre os pais, esses filhos cresciam sem que ninguém  se permitisse conhecimento mútuo e, portanto, num clima de pouco amor e muito falso respeito. Isso foi o que norteou a organização familiar durante muitos séculos.
Uma relação praticamente de amo e senhor, que transformava a prole em simples herdeiros.
No mundo moderno a “DR” veio trazer  uma tentativa de um maior conhecimento de quem nos cerca, ainda que algumas vezes com consequências que exigem  a saída de uma zona de conforto, aparentemente boa.
As pessoas são estimuladas a discutir os seus desencontros, as suas fraquezas, os seus desencantos, tudo visando uma relação mais verdadeira de todas as partes.
Com a fragilidade da instituição  casamento difícil de ser administrada era imperioso que se tentassem novas fórmulas para uma convivência mais prazerosa e menos formal, principalmente para a mulher, até então omissa como figura.
As habilidades da chamada “rainha do lar” já não se mostram mais necessárias nesse mundo de alta tecnologia, onde certamente até os empregados domésticos já estão sendo substituídos por robôs. A atual rainha do lar tem uma jornada de trabalho inserida no mercado às vezes até maior que o homem, além das atividades caseiras.
Finalmente, os machos reprodutores começam a se preocupar com as fêmeas companheiras, ansiosas por trocas afetivas de melhor qualidade.

Gabriel Novis Neves
11-03-2014

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