Esse
é o grande questionamento do ser humano. Ele se manifesta logo nos primeiros
anos de vida, quando a criança fica
totalmente focada no "por quê?”, colocando muitas vezes os pais em grandes
dificuldades de respostas.
Na
vida adulta, essa simples necessidade de entender o mundo, se transforma em
tomadas de atitudes que definirão o rumo de nossas vidas e, por isso mesmo,
muito mais angustiante. Até porque, vivemos em eterna ambivalência nos momentos de decisão.
O
grande filósofo Sócrates já dizia que "tudo que você fizer, vai se
arrepender sempre”.
Preocupa-me
quando ouço pessoas se vangloriando de que se pudessem voltar no tempo fariam
tudo da mesma forma.
Seria
muita pretensão achar que no passado sempre tomamos o caminho mais certo, pois
essa noção de certo e errado depende de muitas variáveis.
O
fato é que no momento da decisão a solução que tomamos é a que achamos melhor,
ainda que possamos estar equivocados.
Essa
é uma das belezas da vida - essa possibilidade de escolhas.
O
percentual de acerto é muito variável quando, através dos anos, fazemos o balancete entre os nossos erros e acertos.
Claro que tudo na dependência entre o grau de emoção e o grau de racionalismo
que colocamos nas nossas decisões. Constato que é o erro mais frequente
naqueles que não decidem. Fugir do ônus da decisão é sempre um processo muito
doloroso.
Estou
sempre a me questionar se acertei ou errei nas inúmeras decisões que já tomei
na vida.
Reconheço
que não fui feliz em muitas, mesmo sem poder avaliar qual seria a melhor.
O
ser humano sabe que a vida é feita de erros e acertos, mas, na prática, o erro
não é metabolizado com a rapidez desejada.
Impossível
saber sobre o nosso futuro quando a única certeza que temos é que neste momento
existimos.
Muitas
das minhas decisões foram tomadas em grupos homogêneos de pessoas amigas.
Era
comum nos reunirmos para discutir problemas existenciais, fazendo com que cada
um expusesse as suas opiniões.
A
rigor, nunca conseguimos chegar a um lugar comum, já que o processo de vida não
é linear para todos.
Hoje,
ao nos reencontrarmos, reavaliamos totalmente os rumos que poderiam ter tomado
as nossas vidas caso fossem diferentes as nossas escolhas na época, ainda tão
imaturas.
Dos
membros do grupo, os destinos foram bem diferentes, sorridentes para alguns e
nem tanto para a grande maioria.
Mas,
será que um caso é semelhante ao outro?
Tive
muitas oportunidades de seguir novos rumos e rejeitei alguns deles.
Sem
traumas e com a maturidade conquistada por ausência de acidente biológico,
confesso que tenho muita curiosidade em saber como estaria se tivesse trilhado
certas propostas.
Esse
é um exercício em que voltamos à infância com a eterna pergunta: “Por quê”?
Gabriel
Novis Neves
14-02-2014
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