segunda-feira, 7 de abril de 2014

Por quê?

Esse é o grande questionamento do ser humano. Ele se manifesta logo nos primeiros anos de vida, quando a criança  fica totalmente focada no "por quê?”, colocando muitas vezes os pais em grandes dificuldades de respostas.
Na vida adulta, essa simples necessidade de entender o mundo, se transforma em tomadas de atitudes que definirão o rumo de nossas vidas e, por isso mesmo, muito mais angustiante. Até porque, vivemos em eterna ambivalência  nos momentos de decisão.
O grande filósofo Sócrates já dizia que "tudo que você fizer, vai se arrepender sempre”.
Preocupa-me quando ouço pessoas se vangloriando de que se pudessem voltar no tempo fariam tudo  da mesma forma.
Seria muita pretensão achar que no passado sempre tomamos o caminho mais certo, pois essa noção de certo e errado depende de muitas variáveis.
O fato é que no momento da decisão a solução que tomamos é a que achamos melhor, ainda que possamos estar equivocados.
Essa é uma das belezas da vida - essa possibilidade de escolhas.
O percentual de acerto é muito variável quando, através dos anos, fazemos o  balancete entre os nossos erros e acertos. Claro que tudo na dependência entre o grau de emoção e o grau de racionalismo que colocamos nas nossas decisões. Constato que é o erro mais frequente naqueles que não decidem. Fugir do ônus da decisão é sempre um processo muito doloroso.
Estou sempre a me questionar se acertei ou errei nas inúmeras decisões que já tomei na vida.
Reconheço que não fui feliz em muitas, mesmo sem poder avaliar qual seria a melhor.
O ser humano sabe que a vida é feita de erros e acertos, mas, na prática, o erro não é metabolizado com a rapidez desejada.
Impossível saber sobre o nosso futuro quando a única certeza que temos é que neste momento existimos.
Muitas das minhas decisões foram tomadas em grupos homogêneos de pessoas amigas.
Era comum nos reunirmos para discutir problemas existenciais, fazendo com que cada um expusesse as suas opiniões.
A rigor, nunca conseguimos chegar a um lugar comum, já que o processo de vida não é linear para todos.
Hoje, ao nos reencontrarmos, reavaliamos totalmente os rumos que poderiam ter tomado as nossas vidas caso fossem diferentes as nossas escolhas na época, ainda tão imaturas.
Dos membros do grupo, os destinos foram bem diferentes, sorridentes para alguns e nem tanto para a grande maioria.
Mas, será que um caso é semelhante ao outro?
Tive muitas oportunidades de seguir novos rumos e rejeitei alguns deles.
Sem traumas e com a maturidade conquistada por ausência de acidente biológico, confesso que tenho muita curiosidade em saber como estaria se tivesse trilhado certas propostas.
Esse é um exercício em que voltamos à infância com a eterna pergunta: “Por quê”?

Gabriel Novis Neves
14-02-2014

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