Aprendemos
no colégio que o corpo humano está dividido em três partes: cabeça, tronco e
membros.
A
cabeça é uma caixa óssea que serve para usar boné e guarda os nossos mistérios.
De lá comanda o resto do corpo.
Uma
pequena glândula localizada na sua base, pesando meio grama, é a responsável
por todo o nosso funcionamento hormonal.
Nossos
órgãos dos sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato, se escondem entre
essa coisa incompreensível que é a nossa massa encefálica, com os seus bilhões
de células nervosas.
Na
frente do crânio fica a face, hoje o local de maior manipulação pelos
profissionais do embelezamento e vaidades humanas.
Já
no tronco estão os órgãos maiores e muito populares, como os pulmões, coração,
estômago, fígado, pâncreas, rins e, descendo um pouco, os órgãos internos
femininos (útero e ovários) e a próstata
masculina.
Não
contando os metros de intestinos: o delgado e grosso. Vasos de grande calibre
também ficam por aí.
Finalmente,
os membros superiores com os braços, mãos e dedos e os inferiores com pernas,
pés e dedos.
As
mãos e os pés têm os dedos revestidos nas pontas pelas unhas, grande fonte de
empregos no mercado formal e informal.
Todas
essas peças anatômicas são importantes na formação morfológica do ser humano.
Entretanto,
o charme da vida está localizado em pequenas estruturas anatômicas muito bem
escondidas e não citadas nas aulas de ciências.
Como
nos faz falta o conhecimento detalhado do nosso corpo! Tanto sofrimento psíquico,
principalmente, nos causa a falta desses conhecimentos censurados pela maioria
das escolas.
Somos
produtos de uma cultura. A nossa, nos impede de conhecermos a nós mesmos
naquilo que é o mais simples, que é o nosso corpo e o seu fisiológico
funcionamento.
Por
isso, existem adultos que acham que a cabeça é o lugar onde nascem os cabelos,
e que, desde e sempre, devem ser bem tratados.
Que
os olhos existem para colarem cílios artificiais e a boca para um preenchimento
nos lábios com botox.
Até
as unhas merecem tratamentos especializados semanais e são pintadas com as
cores da moda.
Ah!
Pobreza do nosso ensino!
Será
que um habitante de outro planeta entenderia que não valorizamos uma cabeça que
pensa e que sofre? Que se desespera e que ama? E que determina se quer ser
feliz?
A
boa cabeça que nos ensinaram é aquela cujos cabelos estão sempre preparados
para uma recepção.
Só
nós nos entendemos. Por quê?
Gabriel
Novis Neves
07-03-2014
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