segunda-feira, 7 de abril de 2014

CIÊNCIAS

Aprendemos no colégio que o corpo humano está dividido em três partes: cabeça, tronco e membros.
A cabeça é uma caixa óssea que serve para usar boné e guarda os nossos mistérios. De lá comanda o resto do corpo.
Uma pequena glândula localizada na sua base, pesando meio grama, é a responsável por todo o nosso funcionamento hormonal.
Nossos órgãos dos sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato, se escondem entre essa coisa incompreensível que é a nossa massa encefálica, com os seus bilhões de células nervosas.
Na frente do crânio fica a face, hoje o local de maior manipulação pelos profissionais do embelezamento e vaidades humanas.
Já no tronco estão os órgãos maiores e muito populares, como os pulmões, coração, estômago, fígado, pâncreas, rins e, descendo um pouco, os órgãos internos femininos  (útero e ovários) e a próstata masculina.
Não contando os metros de intestinos: o delgado e grosso. Vasos de grande calibre também ficam por aí.
Finalmente, os membros superiores com os braços, mãos e dedos e os inferiores com pernas, pés e dedos.
As mãos e os pés têm os dedos revestidos nas pontas pelas unhas, grande fonte de empregos no mercado formal e informal.
Todas essas peças anatômicas são importantes na formação morfológica do ser humano.
Entretanto, o charme da vida está localizado em pequenas estruturas anatômicas muito bem escondidas e não citadas nas aulas de ciências.
Como nos faz falta o conhecimento detalhado do nosso corpo! Tanto sofrimento psíquico, principalmente, nos causa a falta desses conhecimentos censurados pela maioria das escolas.
Somos produtos de uma cultura. A nossa, nos impede de conhecermos a nós mesmos naquilo que é o mais simples, que é o nosso corpo e o seu fisiológico funcionamento.
Por isso, existem adultos que acham que a cabeça é o lugar onde nascem os cabelos, e que, desde e sempre, devem ser bem tratados.
Que os olhos existem para colarem cílios artificiais e a boca para um preenchimento nos lábios com botox.
Até as unhas merecem tratamentos especializados semanais e são pintadas com as cores da moda.
Ah! Pobreza do nosso ensino!
Será que um habitante de outro planeta entenderia que não valorizamos uma cabeça que pensa e que sofre? Que se desespera e que ama? E que determina se quer ser feliz?
A boa cabeça que nos ensinaram é aquela cujos cabelos estão sempre preparados para uma recepção.
Só nós nos entendemos. Por quê?

Gabriel Novis Neves
07-03-2014

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