Nessas
minhas andanças pelo Brasil, tive, mais uma vez, uma das minhas muitas e
agradáveis surpresas.
Emocionante
o pulsar da força da vida que, apesar da idade avançada, leva pessoas
destemidas aos mais distantes rincões da terra.
Sentaram-se
ao meu lado no avião duas lindas e entusiasmadas senhorinhas, uma de 85 e outra
de 92 anos de idade.
Portavam-se
como jovens adolescentes, não só pelo brilho do olhar, mas, principalmente,
pelo preparo físico, mental e emocional que aparentavam. Eufóricas com o início
de uma nova aventura.
Imediatamente
fiquei fascinado por aquelas duas figuras. Puxei conversa e, simpaticamente,
começaram a conversar comigo como se amigos fôssemos há muito tempo.
Contaram-me
então que adoram jogar em máquinas eletrônicas e que, em virtude de não termos
mais esse divertimento no Brasil, passaram a viajar mensalmente para cassinos
próximos, onde podiam dar vazão aos seus desejos.
Dessa
feita, rumavam para a Foz do Iguaçu onde se hospedariam no hotel cassino, junto
à fronteira com a Argentina. O motivo da euforia – pensei comigo.
Falaram-me
de suas experiências em todos os paraísos de jogatina próximos ao nosso país, tais como: os de Buenos Aires,
Mar Del Plata, Chile e, com maior frequência,
o mais badalado da América Latina, o de Punta Del Este.
O
que mais me impressionou nessas meninas foi a beleza do olhar, coisa rara nessa
faixa etária.
Ajudavam-se
mutuamente. A mais jovem – menina de 82 anos - estava sempre atenta a todo e
qualquer movimento da mais idosa, inclusive, acompanhando-a ao toalete sempre
que necessário.
Fiquei
imaginando o quanto somos capazes de rejuvenescer dependendo dos estímulos que
nos movem.
Detectei
que, não só o amor físico é o grande motivador da vida, mas também um intenso
interesse por qualquer outra atividade, seja ela qual for, pode ser o elo que
desmistifica as tão faladas agruras da velhice.
Enfim,
foi uma viagem inesquecível para mim. Inesquecível por perceber que ainda
consigo me encantar com o encantamento alheio.
Que
maravilha o mundo se todos descobrissem a tempo como a vida é bela se vivida
sem medos!
O
medo da morte iminente é o grande estagnador da pulsão de vida.
Einstein
tinha razão quando dizia “que a vida não se apieda, não dá nem empresta, apenas
nos devolve o que damos a ela”.
Gabriel
Novis Neves
06-03-2014
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