terça-feira, 22 de abril de 2014

O PRECARIADO

Acaba de surgir no mundo uma nova classe trabalhadora – a do precariado.
Como o nome sugere, é um mercado, geralmente de jovens, que desfrutam apenas de um trabalho precário, sem as leis trabalhistas que configuram a estabilidade de um emprego.
Cresce no mundo o número de pessoas que vem se afastando dos mercados de trabalho  na profissão  em que foram formados.
A crise mundial de desemprego, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, vem obrigando esses jovens a aceitarem trabalhos esporádicos e temporários, menos remunerados e, geralmente, distantes de suas ambições.
Isso também vem ocorrendo no Brasil, numa proporção bem menor, já que as nossas taxas de desemprego também são bem inferiores às americanas e europeias.
Como era de se esperar, o que se tem observado é toda uma geração desencantada e apática, numa época da vida em que tudo costuma vir coberto de otimismo.
Isso já é uma constatação mundial.
Além disso, toda uma programação futura de vida é descartada, surgindo assim a filosofia imediatista do viver o aqui e o agora, isenta de planos em longo prazo, meta das gerações que nos antecederam.
Num passado recente vivíamos sempre em função do acúmulo de bens, do sonho da casa própria, da poupança familiar, da aposentadoria segura, enfim, do amanhã tranquilo em termos econômicos.
Profissões extintas, ou em extinção, já nos assustam, como por exemplo: taquígrafos, datilógrafos, alfaiates, costureiras, chapeleiros, sapateiro. Existem muitas outras que nem mais são cogitadas.
Na medicina, robôs cirúrgicos já vêm substituindo  técnicas de cirurgia tradicional. Os médicos cada vez mais distantes emocionalmente de seus pacientes, já vêm substituindo suas longas anamnese por baterias de exames  tecnológicos cada vez mais sofisticados.
Chegarão as máquinas a nos substituírem em todos os níveis?
Que mundo nos espera?
Enquanto isso... haja precariado.

Gabriel Novis Neves
13-03-2014

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